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Como tratar de sexo e saúde na sala de aula?


Publicado pelo Jornal da Ciência 20/04/2004

Temas como orientação sexual e Aids continuam sendo tabus e de difícil tratamento nas escolas

Carla Almeida escreve de Teresina para o 'JC e-mail':

Mesmo que sejam polêmicos, os assuntos sexuais precisam ser discutidos em qualquer disciplina, tanto nas escolas quanto nas Universidades.

'Saímos hoje das Universidades analfabetos em sexualidade', criticou o professor da UFBA e presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luiz Mott, em conferência, nesta segunda-feira, na Reunião Regional da SBPC de Teresina.

Para um auditório repleto de estudantes e professores, Mott falou das práticas sexuais adotadas por diferentes povos, de diferentes épocas da história. 'A homossexualidade, e várias outras práticas sexuais, existem desde sempre', afirmou.

Para ele, a sociedade é muito marcada pela sexofobia e isso deve ser combatido, a começar pelo ensino. 'Não devemos ter vergonha de falar do que Deus não teve vergonha de criar', defendeu.

Para ele, três aspectos fundamentais precisam ser trabalhados nas salas de aula. A questão da livre orientação sexual, o conhecimento do corpo e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

No Piauí, por exemplo, cada vez mais jovens e mais mulheres contraem a Aids. Segundo pesquisa realizada pelo professor da UFPI, Fabiano Gontijo, que também participou da conferência, 58% dos jovens entre 14 e 24 anos já transaram sem camisinha. Para ele, esse número mostra que é preciso informar melhor os jovens sobre os riscos do sexo sem prevenção.

Mas nem sempre é fácil para os professores tratar de assuntos sexuais em sala de aula. 'Depende da administração da escola, da formação dos professores e também da abertura dos alunos para falarem do assunto', disse Grasiela Coelho, professora da rede municipal e estadual de ensino de Teresina, que participa do minicurso 'Identidades culturais, cultura homossexual e educação' na Reunião Regional.

A falta de naturalidade dos professores ao abordar estes temas também cria uma dificuldade de comunicação com os alunos. 'O posicionamento do professor é fundamental. Muitos ainda tratam o tema como tabu. Isso dificulta', aponta Ana Celia de Sousa, que também participa do encontro.

'Eu procuro, com meus alunos, abordar temas sexuais através de atividades dinâmicas e do próprio planejamento das minhas aulas. Mas é muito complicado, principalmente com crianças entre sete e dez anos, a faixa etária com que trabalho', afirma Grasiela.

Mas, para Mott, quanto antes as crianças forem introduzidas ao tema, mais informadas e menos preconceituosas serão. 'O sexo é inevitável. É fundamental que, desde a escola primária, se comece a tirar essa vergonha do sexo como uma coisa suja e feia, obviamente com palavras e temas adequados à idade de cada classe.'

Não só é fundamental, como uma questão de sobrevivência. 'Na época em que um vírus mortal está a solta, é necessário que as crianças sejam informadas de como evitar o assédio sexual, sobre a gravidez indesejável e sobre as DSTs para que não sejam vítimas desses problemas', defende.

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=17890

Jornal da Ciência

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