Publicado pelo jornal Diário de S.Paulo 23/04/2004

Pelo menos 880 alunos carentes de três cursinhos pré-vestibulares com mensalidades a preços populares que funcionam na Universidade de São Paulo (USP) podem ficar sem aula depois de 30 de abril. Como a Constituição Estadual proíbe cursos pagos dentro de prédios ocupados por universidades públicas, a promotoria da Cidadania do Ministério Público (MP) enviou no início do mês um ofício ao reitor da USP, Adolpho José Melfi, exigindo a proibição da cobrança de mensalidade.
A reitoria pode vir a responder judicialmente, caso a ordem seja descumprida. A decisão do promotor Wallace Paiva Martins ainda será analisada pelo Conselho Superior do MP e pode ser revista, embora essa possibilidade seja considerada pequena pelo MP. Conforme a assessoria da USP, os responsáveis pelos cursinhos já receberam comunicados sobre o assunto, mas os cursos afirmam não poder manter as aulas sem os recursos.
Os cursinhos são mantidos pelos centros acadêmicos das faculdades de Economia, Administração, Psicologia e pelo Núcleo de Consciência Negra e têm mensalidades que variam de R$ 60,00 a R$ 100,00. A USP afirma que, atualmente, funcionam no local 17 cursinhos pré-vestibulares e que 14 são gratuitos. Os professores, em geral, são alunos da universidade. “Pode-se pleitear recursos do Ministério da Educação para pagar os professores”, sugere Martins. Ontem representantes dos cursinhos reuniram-se com o reitor da USP. Para que as aulas não sejam paralisadas, estão em estudo alternativas como a transferência das aulas para empresas, escolas ou igrejas próximas.

http://www.diariosp.com.br/saopaulo/default.asp?editoria=16&id=303015

Diário de São Paulo

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