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Teatro na escola: proposta de aprendizagem


Artigo de Otávio Cabral no Jornal da Ciência 26/04/2004

A manifestação teatral desde suas origens rituais nas procissões dionisíacas tem se constituído num eficaz meio de comunicação e discussão das questões humanas.

A utilização da técnica teatral, quer na sala de aula, na associação de bairro, no sindicato da categoria, nos teatros, nas ruas, ou onde quer que se deseje, pode e deve se constituir num instrumento de transformação da sociedade. Onde quer que a atividade teatral seja exercida, tanto para um público numeroso, ou para meia dúzia de espectadores, seja de que forma for, ali se fará sempre presente o homem contemporâneo.

A construção histórica, a atividade cotidiana é sem dúvida a matéria-prima abastecedora de qualquer obra de arte. Não se concebe a totalidade de nenhum produto artístico cuja essência não tenha sido buscada nas relações sociais, com todos os seus conflitos e contradições que configuram a sociedade moderna.

Há uma diferença marcante entre aprender e divertir-se. Não há como negar que aprender seja uma atividade útil e necessária, porém só a diversão é essencial e integralmente agradável. Por que então não se associar ao ato de aprender também o ato de divertir-se? Nossa proposta pedagógica caminha nesse sentido, o de oferecer na sala de aula a possibilidade de um aprendizado ao mesmo tempo agradável e divertido.

Não defendemos aqui a idéia corrente entre os arte-educadores de um teatro feito na sala de aula com seus exercícios de improvisação, sensibilização etc.; o que propomos, antes de ser uma intromissão na seara daqueles profissionais, é a utilização do teatro como um veículo de transformação social.

Nossa proposta não contempla a expectativa de formar atores ou atrizes nas salas de aula; para isso existem os cursos de formação de atores, as oficinas teatrais, os cursos livres, etc. o que sugerimos é demonstrar a possibilidade de utilização da técnica, primeiro, para construção do texto teatral, partindo do que existe de mais trivial e cotidiano, que é o texto jornalístico; segundo, inserir o jovem no universo dramático levando-o a compreender o teatro não apenas como uma atividade prazerosa para ver e fazer, mas também como algo que inquieta e esclarece.

Introduzida a atividade teatral no universo escolar, descoberta sua capacidade polarizadora , é de se esperar que o teatro passe a ser um instrumento cada vez mais consumido e cada vez mais questionador. É possível que a técnica, quando assimilada como potencial inovador, não seja exercida com os requintes e as lapidações que o teatro amador ou profissional a exercem, e é até bom que assim o seja, pois o que está em jogo não é o como vai ser mostrado, mas o que vai ser mostrado.

A partir da consciência de que o elemento fundante para se discutir qualquer coisa através do teatro tem sempre o cotidiano como elemento norteador, torna-se mais fácil a demonstração de que um texto pode ser construído tomando por base uma matéria jornalística. A técnica se desenvolve a partir da escolha pessoal que cada um faz de uma determinada notícia; em seguida, os alunos são divididos em grupos e cada grupo deverá escolher a sua notícia com base naquelas que cada membro já escolheu prévia e individualmente.

Escolhida a notícia do grupo, dá-se início à construção textual. Essa construção deve levar os participantes a detectarem naquele fato todos os possíveis antecedentes, a identificarem e nomearem personagens, a imaginarem outras que poderiam existir, a situarem a trama física e espacialmente, sem deixar de levar em conta as dimensões espaciais onde será apresentado o texto em construção, enfim, a efetuarem todo o levantamento necessário para a efetiva construção da trama dramática.

O que deve estar sempre presente ao longo de toda a aplicação da oficina é o fato de que, ao se construir um texto ficcional, não se tem nenhum compromisso com o fato histórico, ou seja, o fato jornalístico é apenas um ponto de partida, um elemento a partir do qual se construirá algo para ser mostrado através do teatro, isto é, através de um outro processo narrativo que pertence ao campo ficcional.
Veja o

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=17943

Jornal da Ciência

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