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Comunicação: a terceira margem do rio


Publicado pela Revista do Terceiro Setor 28/04/2004

Estar à frente de um computador pela primeira vez foi como um sonho para Rosane Bentes, da comunidade de Suruacá (PA), às margens do Rio Tapajós. Aos 14 anos, ela já é monitora do telecentro local, instalado pela organização Saúde e Alegria no final do ano passado. A experiência – outro sonho realizado – será ampliada em breve com a inauguração de um novo telecentro, desta vez em Maguari, outra comunidade da região.
Para Kiki Mori, coordenadora do projeto, o mais interessante é que o espaço do telecentro não é feito apenas de computadores. “Lá em Suruacá”, conta, “acontecem milhares de coisas”. Entre elas, circo, dança e até aulas, pois a escola é pequena e o espaço acaba sendo aproveitado como uma sala extra. Ali também funcionam a rádio e o jornal locais.
De passagem pelo Rio de Janeiro, onde vieram apresentar na 4ª Cúpula de Mídia para Crianças e Adolescentes a experiência de Suruacá e o trabalho da Saúde e Alegria, Rosane e Kiki concederam esta entrevista à Rets. Elas falaram sobre a implantação do projeto, as dificuldades, a receptividade da comunidade, o aprendizado mútuo e as perspectivas para o futuro. No horizonte, um sonho ainda maior: construir uma Rede de Inclusão Digital da Amazônia, para reunir o conteúdo produzido pelas populações ribeirinhas.
Rets - Como você começou a se envolver com o telecentro?
Rosane Bentes – Logo que o Saúde e Alegria começou a financiar o telecentro com os computadores, eu fiquei supercuriosa de poder estar lá, com uma vontade muito grande. Quando teve inscrição para quem quisesse aprender, para depois ensinar às outras pessoas, eu dei meu nome. Fui aprendendo e, quando chegou a Internet, o professor ensinou a gente a fazer muita coisa.
Foi praticamente um sonho estar na frente do computador. Foi uma coisa muito importante – e não só pra mim, mas pras outras pessoas que estão lá junto comigo, aprendendo ainda.
Rets - Você já havia tido contato com um computador?
Rosane Bentes – Não.
Rets - Mas já trabalhava antes?
Rosane Bentes – Sim, com os jovens que faziam o jornal e o programa de rádio. Eu comecei a trabalhar com 12 anos, fui me entrosando e hoje faço parte do grupo.
Rets - O telecentro transformou de alguma maneira a vida de vocês?
Rosane Bentes – Transformou, porque agora, com uma facilidade muito grande, a gente trabalha na escola, a gente pesquisa muito na Internet. A Internet mudou completamente a vida da comunidade, a gente tem a possibilidade de conhecer praticamente o mundo.
Rets - O que você acha que ainda falta ao telecentro?
Rosane Bentes – Acho que seria melhor se pudesse ter mais computadores, porque é muita gente querendo aprender. Se tivesse mais, seria melhor.
Rets - Que tipo de conteúdo vocês produzem no telecentro?
Kiki Mori – Desde que o Saúde e Alegria começou a atuar na comunidade – acho que foi em 1988 –, sempre teve produção de jornal impresso, rádio comunitária e, quando a equipe ia lá, também de vídeo. Suruacá foi uma das primeiras comunidades a ter rádio comunitária. Um kit de rádio fica na comunidade, com os alto-falantes, e eles fazem programas todo dia – inclusive a Rosane participa da elaboração desses programas. A gente fazia também um jornal impresso, que ainda era produzido em máquina de escrever, porque eles estavam aprendendo ainda a mexer no computador pra poder começar a fazer esse jornal também online, no editor de texto. Para as outras comunidades a gente ainda tem de mandar impresso o material. O sistema da Rede Mocoronga é: as sucursais mandam os jornais pra gente lá na sede, a gente faz as cópias e envia depois para todas as outras comunidades. As melhores matérias entram no Mocorongo ou as matérias que a gente acha que têm relevância intercomunitária e interna. Eles ainda estão nesse processo de aprender a usar o computador para a produção desse conteúdo, e o próximo passo é aprenderem a produzir conteúdo para páginas web.
Veja a íntegra em:

http://arruda.rits.org.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeSecao?codigoDaSecao=10&dataDoJornal=atual

Revista do Terceiro Setor

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