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Projeto indicará brasileiras para Nobel da Paz


Publicado pelo caderno Equilíbrio na Folha de S.Paulo 29/04/2004

Mulheres indignadas com as cenas de violência cotidiana em várias partes do planeta respondem com uma proposta inédita: que o Prêmio Nobel da Paz seja dado coletivamente a mil mulheres de todo o mundo que trabalham a favor da causa.

A candidatura coletiva foi criada pela Fundação Suíça pela Paz e envolve 225 países. No Brasil, país que pode enviar 31 indicações, a coordenadora é a tradutora Clara Scharf, 78, que trabalha há 59 anos por liberdade, democracia e direitos humanos. Membro do Partido Comunista Brasileiro de 1945 a meados de 1960 e ex-companheira do dirigente da ALN (Aliança Libertadora Nacional) Carlos Mariguella, morto em 1969, ficou exilada por nove anos e ajudou a fundar o PT. Hoje, Scharf é membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e, assim como outras mulheres, tece soluções criativas, transformando-as em realidade.

Folha - Como nasceu a idéia do projeto 1.000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz 2005?
Clara Scharf - É uma iniciativa da Fundação Suíça pela Paz. As mulheres viram guerras de perto e sempre lutaram pelos direitos humanos e contra a violência em geral. Levando em conta essa análise sobre o papel da mulher cada vez mais crescente no cenário mundial, surgiu a idéia. Importante é lembrar que a mulher não gera os conflitos. Eles são gerados por figuras poderosas do mundo das armas, mas são as mulheres que vão curar os feridos de guerra, vão pacificamente atrás de soluções.

Não há uma causa no mundo em que não haja o cérebro, o corpo, a mão, o olho e a coragem da mulher. As mulheres, com sua criatividade e sua garra, trabalham anonimamente no dia-a-dia defendendo a segurança humana, e a fundação acha necessário tornar visível esse trabalho feminino por meio de um prêmio coletivo. O Prêmio Nobel da Paz tem 103 anos e, desde que foi criado, em 1901, só 11 mulheres foram agraciadas. Entre elas, apenas uma latino-americana, Rigoberta Menchu, da Guatemala. Daí, veio a idéia de propor um coletivo de mulheres que representasse o mundo. São 225 países, e todos estão convidados a integrar essa candidatura.

Folha - Como é a participação de cada país?
Scharf - O mundo foi dividido em 20 regiões, e cada país possui uma cota proporcional à população. A cota do Brasil é de 31 pessoas. A Índia, que tem mais de 1,5 bilhão de habitantes, tem uma cota de 150. As suíças tinham contato com pessoas em vários lugares e localizaram aquelas com perfil para ajudar a coordenar o projeto de dar um único prêmio ao coletivo de mil mulheres que representam a luta feminina no mundo. Agora estamos esperando as respostas.

Folha - Qual o perfil das mulheres que podem ser indicadas?
Scharf - Mulheres atuantes há muitos anos e vivas. Temos histórias belíssimas de lutadoras no Brasil, mas que já faleceram. Essas podem ser homenageadas, mas não podem ser inscritas. A lista das mil no mundo é feita de mulheres ativas. Podem ser idosas ou não e trabalhar em qualquer área ligada à luta pela segurança humana. Lutar contra a violência, a tortura, a pobreza, a miséria, as drogas etc. faz parte da luta pela segurança do ser humano. Uma mulher que atue nessas áreas é, segundo a compreensão contemporânea, uma mulher "da paz", uma figura que luta pela paz.

Folha - Como é feita a indicação?
Scharf - Não é preciso pagar nada. É só mandar uma biografia que resuma a atividade daquela mulher. A pessoa que indica tem de dizer há quanto tempo aquela mulher atua, em que área, em que medida o trabalho dela influiu sobre a comunidade, quais os benefícios etc. O projeto foi lançado no Brasil no dia 3 de março, em São Paulo. Recebidas as indicações de todo o país, vamos fazer a seleção.
Leia a entrevista na íntegra em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3427.shtml

Folha de São Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





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