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Por que o Che?


Artigo de Emir Sader no site da Agência Carta Maior 03/05/2004

O lançamento do filme de Walter Salles Jr. recoloca a questão: por que tanto Che? Por que de novo o Che? Por que o Che?
O Che já havia surpreendido novamente ao mundo quando, por ocasião dos 30 anos de sua morte, houve grande amplitude das comemorações. Até então, ainda havia o sentimento de que novas gerações o viam mais como uma imagem do que portador de uma mensagem de mobilização. Novas biografias publicadas naquele momento reatualizaram debates sobre o significado de sua vida e de sua luta, mas nada parece dar conta da transcendência do Che.
Sua imagem foi a imagem mais divulgada em um mundo de imagens. Outros ídolos surgem, massificam sua imagem, desaparecem ou ficam relegados a um espaço restrito, esquecidos ou desconhecidos por novas gerações. Mas o Che continua, cruzando gerações, fronteiras, classes sociais.
A primeira constatação para entender essa abrangência é a de que a burguesia e o capitalismo não têm heróis. Seus candidatos são Bush, Sharon, Berlusconi, Bill Gates ou algum outro empresário de sucesso, antes que estourem escândalos que reduzam sua imagem à sua verdadeira dimensão.
Objetos de consumo, temas de campanhas publicitárias milionárias com interesses empresariais envolvidos – como aqueles que giram em torno de Pelé, de Michael Jordan, de Ronaldinho, de Beckham, de Michael Jackson, de Madonna e tantos outros –, eles se esgotam e passam, revelando sua contingência e particularidade.
Mas isso poderia deixar o posto vago, um mundo sem heróis. E nesse mundo, a imagem do Che reina soberana como herói. Por quê?
Basicamente por três motivos: em primeiro lugar, pela rebeldia que o Che representa, e que sua imagem passa para novas gerações, tendo sofrido a prova do tempo e o desgaste do assédio da sociedade de consumo. Mesmo para os que não conhecem sua obra e pouca da sua trajetória, se identificam com o Che pelo que ele representa de rebeldia.
Em segundo lugar, o Che representa a luta contra os poderosos, o desafio aos que parecem ser insuperáveis. Em época de superpotência, de superimperialismo, de truculência, de prepotência, a imagem do Che encontra formas de se reciclar, reatualizar e se fortalecer ainda mais. Em terceiro lugar, o Che representa a pureza dos ideais, a fidelidade aos princípios, o compromisso ético, o humanismo, quando lideranças parecem jogar pela janela o que pregavam, o que pareciam representar.
Sintetizando tudo isso – além de outras questões, como a combinação entre militância política e atividades intelectual –, o Che mantém e multiplica sua imagem. Novos filmes, longa metragens e curtas são anunciados, e a imagem do Che continua, no novo século, a ser a mais difundida pelo mundo afora.

http://agenciacartamaior.uol.com.br/agencia.asp?id=852&coluna=boletim

Agência Carta Maior

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