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De arma na mão, sem armas para optar


Publicado pela Revista do Terceiro Setor 07/05/2004

A sociedade reagiu com espanto quando, em 1987, a foto de uma menina de 12 anos exibindo nas mãos uma pistola, no Morro Dona Marta, foi publicada em jornais cariocas. Hoje a imagem de uma criança portando uma arma ainda é perturbadora, mas há muito deixou de ser incomum. A entrada cada vez mais precoce de jovens no crime é um fato – e sintoma de um certo fracasso de políticas públicas sociais, em particular aquelas direcionadas para crianças e adolescentes.
É difícil falar em números precisos, mas o projeto Coav (sigla em inglês para Crianças em Violência Armada Organizada) vem preparando uma pesquisa internacional sobre o envolvimento de crianças e adolescentes em violência armada em regiões que não estão em guerra. A previsão é de que esse estudo esteja concluído até agosto, segundo informa a pesquisadora Anna Flora Werneck, que adianta uma estimativa: aproximadamente 6 mil crianças estariam envolvidas em violência armada somente no município do Rio de Janeiro. Mas há quem conteste, como o professor Jaílson de Souza, coordenador geral do Observatório de Favelas e diretor do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré. "Não dá pra fazer esse diagnóstico, porque o grau de envolvimento das pessoas no tráfico é muito diferenciado. Nem os traficantes e gerentes têm esses dados", argumenta. Ele classifica o tráfico como "uma rede social com diferentes níveis de envolvimento" e afirma que a participação das pessoas das comunidades nessa atividade não passa de 1%, talvez com outros 2% em envolvimento indireto (famílias, namoradas etc). "Se você pensar em uma população de um milhão de pessoas nas favelas, 1% vai dar 10 mil pessoas. É muito, o tráfico não tem condição de empregar tudo isso", assegura.
Jaílson diz desconhecer qualquer pesquisa séria que aponte números, mas enfatiza que mais grave do que a quantidade de pessoas envolvidas é a "qualidade do problema e o seu impacto, que é fortíssimo".
Visibilidade
Em 2001, como parte de uma análise sobre as piores formas de trabalho infantil no mundo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um levantamento – realizado em parceria com o Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets) –sobre crianças e adolescentes no tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa destacava o aumento progressivo do número de jovens na faixa de 13 a 17 anos em atividades ligadas ao tráfico.
Essa tendência poderá ou não ser confirmada em uma nova pesquisa iniciada neste mês pelo Observatório de Favelas, em conjunto com o Fórum Estadual para Erradicação do Trabalho Infantil e o Viva Rio. O trabalho está sendo desenvolvido em parceria com o Departamento de Ações Sociais da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) e o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) e terá financiamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da organização holandesa Icco e da própria OIT. O estudo envolve 200 crianças e adolescentes empregados no tráfico e o projeto também deverá render um livro com histórias de pessoas que saíram da atividade criminosa.
Para o historiador Marcelo Freixo, do Centro de Justiça Global, a participação cada vez mais intensa dos jovens na violência armada pode ser percebida em depoimentos de internos do sistema penitenciário. Aos 13 ou 14 anos eles já começam a trabalhar no tráfico. "São garotos que não têm nenhuma referência de cidadania, de escola... a única coisa que recebem do Estado é a violência contra a comunidade. E eu falo de comunidades porque são os guetos onde se reprime o tráfico", diz Marcelo.
Veja a íntegra em:

http://arruda.rits.org.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeSecao?codigoDaSecao=3&dataDoJornal=atual

Revista do Terceiro Setor

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