Sala de aulas sem fronteiras? |
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Publicado pela Revista Nova Escola maio/2004 |
Foi-se o tempo em que os sites de busca eram as ferramentas mais úteis que a internet oferecia ao professor. A novidade agora são as páginas eletrônicas que servem de ponto de encontro para educadores de todo o mundo, onde os visitantes trocam informações e compartilham projetos pedagógicos. Tudo é feito em grupo, desde a seleção do tema e o planejamento da estratégia didática até a avaliação dos resultados. Dessa forma, as atividades podem ser executadas em diversas salas de aula no Brasil ou do exterior. Os resultados são divulgados e debatidos dentro do próprio site, enriquecendo a experiência e a discussão dos temas curriculares.
O serviço é gratuito. Basta se cadastrar e procurar colegas com o perfil de seu interesse, por exemplo, um professor da mesma disciplina ou série que você. Alguns sites oferecem o conteúdo em português, o que facilita a comunicação com os parceiros de outros países. Mas nas páginas em inglês também é possível navegar e obter bons resultados usando uma ferramenta de tradução (http://babelfish.altavista.com). O ideal é chamar o professor de língua estrangeira da escola para ser um de seus parceiros.
De olho no cotidiano
A melhor maneira de iniciar um projeto desse tipo é conhecendo um pouco da cultura dos interlocutores. Lynn Mario, docente da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo (USP), avisa que essa troca de experiências requer alguns cuidados. "É preciso entender que a cultura não é formada apenas por festas típicas, comidas regionais e religião. Para conhecer um povo não se deve criar estereótipos, e sim prestar atenção no dia-a-dia dos cidadãos."
A sugestão de Mario envolve o trabalho com narrativas nas aulas de línguas. Depois de encontrar nos sites outros colegas que queiram fazer uma parceria, elabore com eles questões para serem respondidas pelas diversas turmas. Por exemplo: Quais assuntos estão sendo comentados na escola no momento? O que os jovens fazem quando chove? Quais os motivos mais freqüentes das brigas entre eles e os pais?
Cada educador produz um segundo texto juntando as respostas obtidas. "O documento será o primeiro a ser compartilhado nos sites", explica Mario. Com base nele, todos os participantes vão aprender fatos concretos sobre a cultura dos interlocutores. "Um motivo de desentendimento familiar revela inúmeros conceitos acerca da vida de determinado povo", explica. "Esse pode ser o ponto de partida para diversos outros projetos", afirma o professor da USP. A seguir, você conhece alguns endereços.
www.enlaces.pro.br
Mantido pela organização não governamental norte-americana World Links e apoiado pela Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, o Enlaces é todo em português e promove a elaboração de projetos colaborativos entre professores brasileiros e estrangeiros. Para participar, entre na página do programa e clique no botão "acessar". Depois é só preencher um breve formulário e começar a procurar, no banco de dados, parceiros para projetos relacionados a seus objetivos. A página ainda permite montar, sem custos e com facilidade, um site personalizado.
www.epals.com
Pertence a um portal privado canadense e oferece conteúdo em português e em outros sete idiomas. A página é a maior do mundo neste propósito, conectando mais de 4,5 milhões de professores em 191 países. Clique no botão "português" na barra superior da página. Na seção "faça parte do epals" preencha um formulário com seu perfil e seus objetivos. Parceiros podem procurá-lo ou então você mesmo busca interlocutores, clicando em "procurar turmas". Durante a execução dos projetos, é possível se comunicar em salas de bate-papo personalizadas e em fóruns interativos.
Leia a matéria na íntegra em:
http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/169_fev04/html/sala
Revista Nova Escola
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