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Matemática, o X da questão


Publicado pela revista E, do Sebrae, agosto 2004

Entre as recordações do tempo de escola, muitos carregam uma lembrança pouco agradável: os dias de prova de matemática. A tensão tomava conta da sala de aula. Os que haviam estudado temiam o “branco” na hora H, os que não - eternos esperançosos de um milagre - só pensavam no choque ao receber a nota. Até mesmo o professor da disciplina acabou entrando para a memória como uma figura misteriosa, alvo de desafeto, temido e respeitado numa hierarquia quase militar. Lembranças do tempo de criança para alguns, pesadelo diário para outros que estão na escola hoje. No entanto, nada disso é intrínseco à matemática. O que ocorreu foi a sedimentação de mais de 100 anos de um modelo de ensino anacrônico - datado do século 19 - que, associado a uma metodologia criada no final dos anos 50, resultou numa didática cujo único objetivo parece ser separar os “bons” dos “ruins”. Os métodos usados no ensino da matemática desde meados do século passado nasceram com um objetivo bem claro: a guerra nas estrelas. Isso mesmo. Em 1957, quando os russos lançaram sua primeira espaçonave, o Sputnik, o governo norte-americano sentiu a necessidade de intervir diretamente no ensino a fim de vencer a guerra espacial. Criou-se, então, em 1961, a chamada matemática moderna, um movimento que passou a usar a escola para fazer surgir futuros cientistas. “O mundo todo, especialmente o Brasil, foi atacado por essa praga”, afirma Antônio José Lopes, professor-pesquisador do Centro de Educação Matemática (CEM) - entidade sem fins lucrativos fundada em 1983 e voltada à assessoria e consultoria especializada em educação matemática para escolas, delegacias de ensino e secretarias de educação. Na forma, a nova visão aproximou o mundo da matemática escolar do universo da matemática das ciências, mais formal, que lida com noções abstratas, estruturas e problemas tão complexos quanto específicos. Na sala de aula, a metodologia terminou por simplesmente associar o ensino ao esforço, à memorização compulsória e à repetição sem sentido. “Isso fez com que a maioria dos alunos ficasse no meio do caminho”, explica o professor. “A matemática ficou desinteressante. E, como esse ensino se mostrou desprovido de significado - era a ciência pela ciência e a matemática pela matemática -, ele relegou a último plano a relação da matéria com aplicações práticas e reais, e ainda com a cultura, o prazer e a história, ou seja, a matemática virou um conjunto de regras sem sentido.”

O que é ser inteligente?
Com o passar do tempo, a matemática, justamente por ter se tornado um “bem” para poucos, adquiriu um valor equivocado. Ou seja, sempre se diz que o indivíduo que domina a matéria é “bom”. Por outro lado, os que têm dificuldade são vistos como alunos com problemas cognitivos. No entanto, decorar as regras e os teoremas para garantir uma boa nota na prova não significa necessariamente assimilação do conteúdo. O que indica que os resultados das provas não provam nada. “O aluno aprende sem saber o que está aprendendo”, esclarece Kátia Cristina Stocco Smole, autora do livro A Matemática na Educação Infantil: a Teoria das Inteligências Múltiplas na Prática Escolar (Artmed Editora, 1996). “É um acúmulo de informações que não interferem de forma alguma em seu jeito de pensar. É aquela pessoa que parece saber tudo de porcentagem, mas quando vê algo com 60% de desconto não consegue discernir se a loja não teve antes de aumentar o produto em 70% para conseguir promover aquela liquidação.” Ainda dentro da batalha que divide os inteligentes dos nem tanto, segundo a autora, trabalhos desenvolvidos com as escolas pelo Grupo Mathema, centro de pesquisa e assessoria na área de ensino da matemática que ela coordena junto com a professora Maria Ignez de Souza Vieira Diniz, mostram que é muito raro encontrar uma criança ou um jovem que simplesmente não consiga compreender o conteúdo. “De modo geral, o que acontece é que é preciso achar o jeito adequado para esse aluno aprender”, afirma.
Veja a íntegra em:

http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/e/e_texto.cfm?Revista_ID=1&Edicao_Id=192&Artigo_ID=2973&maior=0&menor=0

Revista E

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