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Caminho das Pedras: A arte da proximidade


Artigo de Cacilda Teixeira da Costa na Folha de S.Paulo 28/09/2004

Entrar numa galeria ou numa grande exposição de arte, como a Bienal de São Paulo, é normalmente mais intimidante do que deveria ser. Mas o que faz a arte contemporânea tão "difícil"? Justamente o que ela tem de mais simples: a proximidade com nosso tempo. Diante dela, há pouca ou nenhuma perspectiva histórica. Por outro lado, se a apreciação é prejudicada, é nas obras contemporâneas que a relação entre vida e arte é mais forte.

Cada vez que surgem obras "estranhas", realizadas em meios inéditos, como os trabalhos da fase cubista de Picasso —em que surgem as primeiras colagens— e os "ready-mades" de Duchamp, há um esforço da crítica para classificá-las. Ainda hoje isso acontece, com termos como webarte, videoinstalação e ambientes imersivos.

Geralmente, são os críticos que os inventam, mas os artistas também participam da criação dessa nomenclatura. Em princípio necessárias, as classificações podem, entretanto, levar a reduções ou rótulos empobrecedores, principalmente num momento como o atual, marcado pela mais desconcertante variedade de experimentações e incorporações de novos materiais e novas tecnologias.

O termo "moderno" designava, em sua origem, o que é atual, presente, que está acontecendo agora, seja em que tempo for. Assim, na Idade Média, ele diferenciava aquele momento da Antigüidade. Todas as épocas foram, a seu tempo, modernas.

Charles Baudelaire utilizou o termo no ensaio "O Pintor da Vida Moderna" (1863), em que descreve o artista Constantin Guys como uma espécie de repórter da atualidade, do espetáculo da vida contemporânea, dos modos —da beleza transitória e fugaz da vida presente— que ele chamou de "modernidade".

Assim, a chamada arte moderna surgiu no ocidente no final do século 19, mas a data escolhida para marcar o seu início foi 1905 (apresentação dos fauvistas no Salão de Outono, em Paris), ou a década de 1910, quando surgiram simultaneamente movimentos que romperam radicalmente os cânones da arte acadêmica.

Esses movimentos, conhecidos como vanguardas, tiraram sua denominação de um termo de origem militar e significavam o avanço de pequenos grupos de atores culturais sobre a grande massa da população, engendrando revoluções permanentes, até aproximadamente a Segunda Guerra Mundial. Foram os chamados "ismos": fauvismo, cubismo, futurismo, expressionismo, construtivismo, suprematismo, neoplasticismo, sadaísmo, surrealismo etc.

Englobando a todos, o modernismo difundiu-se pelo mundo, integrando a América Latina a partir da década de 1920 —no Brasil, a Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco dessa adesão. A modernidade dos latino-americanos desenvolveu-se com características próprias, mesclando a visão moderna com o mergulho nas raízes de uma identidade cultural. Exemplos indiscutíveis são as obras dos brasileiros Vicente do Rego Monteiro e Tarsila do Amaral.

Em 1929, foi inaugurado em Nova York o MoMA (Museu de Arte Moderna), concebido para abrigar obras de arte moderna, o que deu origem a inúmeros museus pelo mundo todo, inclusive no Brasil, onde os MAM de São Paulo e do Rio foram inaugurados na década de 1940. O espírito moderno consolidou-se, e é aceito que o modernismo teve seu ponto de maior estabilidade na década de 1950, quando as abstrações tornaram-se a expressão oficial da arte —exceto na União Soviética, onde imperava o realismo socialista.

Já os revolucionários anos 1960 constituem a fase tardia do modernismo, em processo de fragmentação. Surge a visão figurativa inédita da pop art, trazendo consigo uma avalanche de novos meios e novas atitudes, como objetos, ambientes, "happenings" e novas tecnologias, quase ao mesmo tempo em que se inicia o movimento conceitual, propondo uma imersão no lado secreto e desmaterializado das artes visuais —a arte como idéia.
Veja a íntegra em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u933.shtml

Folha de S.Paulo

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