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Cobertura da mídia sobre juventude é superficial


Publicado pelo site Aprendiz 19/10/2004

(Rodrigo Zavala)
A manchete das revistas e dos jornais que noticiaram em primeira mão a pesquisa realizada pelo Projeto Juventude, em parceria com a Fundação Perseu Abramo, era enfática: "Os jovens brasileiros são conservadores". Baseado em mais de 3 mil entrevistas coletadas em 198 municípios - contemplando os 25 estados - o Perfil da Juventude Brasileira foi apresentado ao público no final do primeiro semestre deste ano, e tornou-se referência para discussões sobre o universo juvenil.
Como é considerado o trabalho mais completo sobre o assunto, foi surpreendente que as conclusões indicassem que os jovens brasileiros - de 15 a 24 anos - fossem conservadores, desinteressados, repressivos e ainda pouco democráticos. E os dados estavam ali para comprovar, quando mostravam que 68% deles nunca fizeram qualquer trabalho social, o temor a Deus é o principal valor numa sociedade ideal, e que não se importariam de viver numa ditadura (38%).
Assim, nas reportagens da revista IstoÉ e do jornal O Globo, por exemplo, os jovens não são muito diferentes dos jovens anteriores, já que mantiveram basicamente os mesmos princípios, entre eles a idéia de parceiro fixo, nos questionamentos sobre sexualidade. Pelo estudo, 67% buscam um relacionamento monogâmico.
No entanto, segundo Gustavo Venturi, pesquisador do Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo, essas conclusões revelam apenas uma leitura plana de todo o trabalho realizado pelo Projeto Juventude. Uma análise um pouco menos superficial, portanto, mostraria dados mais relevantes e elucidativos sobre o comportamento juvenil. "Os dados foram usados de forma equivocada. De forma rasa, como de costume", critica.
Para vender, continua, os jornalistas usam os dados mais chamativos e críticos para as manchetes. "É como aquela história do otimista e do pessimista vendo um copo d´água la metade. Um pensa que só tem meio copo, outro acha que ainda tem meio copo", compara.
E ele dá exemplos: quando questionados sobre quais seriam os valores mais importantes na sociedade ideal, em primeiro lugar está o temor a Deus. No entanto, segundo explicações do próprio Venturi, a porcentagem é de apenas 17% das respostas. "O ideal é usar os dados associados. Se pegarmos as cinco primeiras opções dadas pelos jovens para essa resposta, o valor mais importante torna-se solidariedade, seguido de respeito à diferença e igualdade de oportunidades", conta. Ou seja, truque estatístico.
Outro dado interessante de ser analisado diz respeito ao associativismo dos jovens, que ainda é muito pouco, segundo as reportagens. Afinal, 68% dos entrevistados nunca fizeram qualquer tipo de trabalho social. "Mas, 22% fazem e vão continuar fazendo. É até maior que a média dos adultos brasileiros, tal como é o caso dos dados sobre ditadura. E como o jornalista sabe que isso é pouco ou muito? Não existe pesquisas anteriores a respeito", lembra Venturi.
Dados que poderiam ser usados e que indicam uma postura avessa ao conservadorismo foram omitidos. Esse é caso da criminalização do consumo de drogas: 77% dos jovens acreditam que os usuários devem ser tratados como enfermos, fazendo da drogadição uma patologia. Além disso, 57% sabem que podem mudar o mundo para melhor. "Isso não é ser conservador".
Apesar das inúmeras indicações sobre o comportamento juvenil, a pesquisa revela que o trabalho remunerado, e sua falta, são hoje uma das principais preocupações dessa faixa etária, perdendo somente para a violência. Três em cada quatro jovens estão trabalhando ou tentando trabalhar. E suas tentativas frustadas de entrar nesse mercado tornaram-se o principal componente negativo de sua condição juvenil.
Para Helena Abramo, da Comissão de Juventude da Câmara de São Paulo, esses dados podem iluminar as discussões sobre o que se pode fazer pelos jovens, como um Estatuto da Juventude. "A pesquisa traz elementos para saber que tipo de políticas para a juventude devem ser apoiadas. Ela permite formular perguntas a quem trabalha com o tema", crê. Para saber mais sobre o trabalho da Projeto Juventude e ver a pe

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=b65a469d0af4701000004204b1afc25c

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