Arte-Educação fortalece identidade cultural |
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Publicado pelo site Aprendiz 22/10/2004 |
(Cassia Gisele Ribeiro)
A arte como mediadora na busca da identidade cultural da escola. Esse é o principal objetivo do projeto Chicago Arts Parnerships in Education (Projeto Arte para a Comunidade), que acontece em escolas públicas de uma das regiões mais violentas dos Estados Unidos. O projeto foi apresentado durante o I Seminário Internacional Mediação Social e Cultural: A Arte como Experiência.
Segundo Arnol Aprill, diretor executivo do projeto, a idéia não é somente levar a arte para as escolas, inclusive porque a educação artística já está no currículo escolar. "O nosso objetivo é mostrar para as comunidades a importância de se ter um ambiente melhor, e que isso também é responsabilidade da população", diz. "Dizer que levamos arte para a comunidade faz crer que assim que o projeto acabar, tudo voltará a ser como antes", afirma.
O educador destaca, no entanto, que algumas questões precisam ser trabalhadas para que isso aconteça. Um delas é que o educador deve perceber que pode ser um agente de mudança. "Muitas vezes o professor esquece que somente reclamar de seu descontentamento não resolve o problema".
Outro ponto destacado é que pessoas diferentes devem trabalhar juntas, compartilhando experiências. No entanto, essas diferenças não podem servir para atravancar o trabalho. Segundo Aprill, é preciso que alguma solução seja encontrada caso um dos membros da equipe bloqueie todos os movimentos para o desenvolvimento de um projeto. "Os buracos negros devem ser fechados", afirma.
O palestrante mostrou fotos dos projetos de intervenção artística realizados nas escolas. A maioria delas eram escolas segregadas para negros, latinos e refugiados. As fotos mostravam mosaicos, vitrais e grafites que coloriam a escola com temas bastante presentes na realidade daqueles alunos. Em uma escola, onde mais de 50% dos alunos que ingressam não conseguem terminar os estudos, por exemplo, há um desenho em mosaico de um jovem com um chapéu de formando.
Foi feito, assim, um trabalho de reconhecimento da identidade dos alunos. Primeiro, eles entraram em contato com obras de vários artistas, que retratavam rostos de pessoas. Ao perceber as expressões desses rostos, elas criavam histórias sobre a figura retratada. Após esse trabalho, as crianças tiraram fotos umas das outras em diversas expressões faciais, e depois as coloriram, criando também histórias para cada uma das expressões.
Para Mirtes Zwierzynski, arte-educadora brasileira que participou do projeto, um dos principais desafios do programa é fazer com que educadores e artistas trabalhem juntos. "Muitas vezes, o artista quer o professor como platéia e o professor acredita que está de folga quando o artista entra em cena. Isso acaba separando coisas que deveriam ser realizadas juntas", diz.
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