> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa noite
Quinta-Feira , 01 de Maio de 2025
>> Notícias
   
 
Ensino ambiental tem que amadurecer


Publicado pelo caderno Sinapse, da Folha de S.Paulo 26/10/2004

(Giovana Girardi)
Em junho deste ano, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgou dados do Censo Escolar apontando que 65% das escolas de ensino fundamental do Brasil oferecem algum tipo de educação ambiental. Mas o dado, que à primeira vista poderia ser encarado como animador, merece uma reflexão. Que educação ambiental é oferecida em nossas escolas?

Ter uma horta no fundo do quintal, plantar árvores em datas comemorativas ou oferecer latões coloridos para fazer a coleta seletiva do lixo pode não significar muita coisa. Para terem efeito, essas ações precisam estar acompanhadas de uma sensibilização para os problemas ambientais e para o papel de cada um nisso, alertam especialistas ouvidos pelo Sinapse. \"Chegamos à quantidade, agora é importante pensar na qualidade do que está sendo ensinado\", afirma Guilherme Blauth, coordenador da ONG Harmonia da Terra, que atua com formação de educadores ambientais em Santa Catarina.

A demanda pela discussão é tanta que motivou neste ano o lançamento de vários livros sobre o assunto, além da realização de dois congressos. O Congresso Mundial de Educação Ambiental aconteceu em setembro, com coordenação da Fiocruz e da Associação Brasileira de Ciência. De 3 a 6 de novembro, os ministérios da Educação e do Meio Ambiente realizam o 5º Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, evento que não ocorria desde 1997. A principal preocupação de toda essa mobilização é fazer com que a educação ambiental faça sentido para a vida de alunos, professores e comunidades e possa servir como instrumento para a construção de uma sociedade sustentável.

\"É nas práticas pedagógicas cotidianas que a educação ambiental poderá oferecer uma possibilidade de reflexão sobre alternativas e intervenções sociais, nas quais a vida seja constantemente valorizada e os atos de deslealdade, injustiça e crueldade possam ser repudiados\", defende Marcos Reigota, professor da Universidade de Sorocaba, que fez parte da mesa de abertura do congresso mundial.

Há tempos o tema sustentabilidade não é exclusivo aos ambientalistas, mas o fato de ter entrado no discurso das pessoas ainda não basta para reverter os estragos no ambiente. É nesse vácuo que uma educação ambiental bem feita pode surtir efeito, esperam os especialistas.

\"Nunca houve tanta informação sobre ambiente quanto hoje, no entanto nunca se degradou tanto. Precisamos fazer com que a boa-vontade desses professores não reme na direção contrária\", afirma Marcos Sorrentino, coordenador do programa de educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente. \"Queremos que essas ações produzam uma compreensão histórica de causas e conseqüências.\"

Uma das atividades que correm o risco de seguir na \"direção contrária\", de acordo com Sorrentino, são os programas de coleta seletiva e reciclagem. \"Sem reflexão, eles podem estimular um consumo maior.\" Ele explica que é o que ocorre, por exemplo, quando a escola premia o aluno que conseguir mais latinhas. \"É preciso ter coerência. Em vez de simplesmente depositar nos locais certos, é melhor substituir o copo de plástico pela caneca de cerâmica, evitar o isopor\", completa Blauth.

A preocupação também está norteando o governo. Neste ano, o MEC deu início a um programa de formação de 32 mil professores em todo o Brasil, sob o tema \"Consumo sustentável com abordagem científica, de políticas públicas e sugestões de atividades em sala de aula\". \"Queremos que eles percebam que nem tudo é consumível\", diz Rachel Trajber, coordenadora-geral de educação ambiental do ministério.

Além dessa diretriz e dos conceitos gerais passados aos professores, o programa do MEC pretende que cada escola aborde a educação ambiental a partir das necessidades locais. É o famoso \"pensar globalmente, agir localmente\", que tem sido destacado por especialistas da área.

Leia a íntegra em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u956.shtml

Folha de S.Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader