Pais podem ajudar crianças com dificuldades |
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Publicado pelo site Aprendiz 05/11/2004 |
(Cassia Gisele Ribeiro)
"Uma das reclamações mais freqüentes de pais com filhos em idade escolar é a de que as instituições de ensino, públicas ou privadas, populares ou burguesas, não têm dado uma resposta adequada e, em tempo hábil, às crianças que sofrem com as dificuldades de leitura e de escrita". A afirmação está no artigo "O papel dos pais na formação leitora dos filhos", elaborado pelo linguista Vicente Martins, da Universidade Veiga de Almeida, do Rio de Janeiro (RJ).
Segundo o artigo, no entanto, o que os pais não percebem é que seu papel muitas vezes é fundamental nesse processo. "Nos lares, a tarefa de reforço do que se aprende na escola se constitui um complemento importante, desde que os pais se sintam parte do processo", afirma.
Segundo Martins, os pais devem respeitar o tempo de sua criança, que nem sempre é igual ao da outra. No entanto, respeitar não é o mesmo que ignorar: "É importante que estejam atentos quanto aos defeitos de leitura e de escrita das crianças. A troca de fonemas, ainda nessa fase, reflete, muitas vezes, uma deficiência de ordem lingüística da criança", alerta.
Para Silvana de Moraes, psicopedagoga da Unicamp (SP), esse processo de apoio dos pais começa no início da vida da criança, e é imprescindível quando o aluno começa a se alfabetizar. "A sua relação com os pais, o exemplo e a formação de uma estrutura psíquica em que as letras já fazem parte, é fundamental no momento em que a criança começa a buscar a leitura", diz.
Segundo ela, é necessário que as escolas e os educadores busquem informação, especialmente sobre os problemas de aprendizagem, para saber diferenciá-los e para que aceitem que as crianças não são iguais. "Cada uma, a seu tempo", diz a psicopedagoga. Além disso, segundo ela, essa informação é importante para que a criança não receba um diagnóstico irresponsável dentro da escola ."Hoje, muitas crianças são caracterizadas como hiperativas, quando não o são".
O próximo passo da escola deve ser a realização de um trabalho de intercâmbio com os pais, incentivando a ruptura da idéia de que a educação formal se dá somente na escola. "Hoje em dia os pais querem tudo pronto. Chegam na escola e querem saber se o filho está no mesmo ritmo do outro. Se não estiver, ele castiga a criança. Isso é que deve ser mudado", diz.
Silvana afirma que casos de distúrbios mais sérios de aprendizagem devem ser encaminhados a um neurologista e a um psiquiatra. No entanto, ela conta que os pais, principalmente os de classe média alta, possuem muita resistência em aceitar que seu filho tem algum distúrbio de aprendizagem. "Esses preconceitos não deveriam existir".
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