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TOC ainda esbarra no preconceito


Publicado pelo caderno Equilíbrio, da Folha de S.Paulo 11/11/2004

(Mariana Viveiros)
Todo mundo tem suas manias e superstições: não dorme com a porta do armário aberta, arruma toda a coleção de CDs por ordem alfabética, lava as mãos sempre que chega em casa, checa mais de uma vez se o gás está fechado ou jamais entra num avião com o pé esquerdo, entre outras. Mesmo que esquisitas, a maioria é quase sempre inofensiva.

Se levadas tão a sério, no entanto, passam a tomar muito tempo da vida da pessoa, causando desconforto e comprometendo seu desempenho profissional, escolar e os relacionamentos. O hábito pode ser, na verdade, uma manifestação de TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), o segundo distúrbio psíquico mais comum --perdendo apenas para depressão--, que atinge entre 2,5% e 3% da população mundial, segundo estimativas médicas.

Os hábitos que se tornam compulsões costumam funcionar como respostas, formas de aliviar a ansiedade e o desconforto causados pelas obsessões, ou seja, pelos pensamentos repetitivos, idéias ou impulsos indesejáveis sentidos pelos que sofrem de TOC.

As obsessões mais comuns estão relacionadas ao medo de contaminação, de fazer mal a si mesmo ou aos outros, de perder o controle, a preocupações sexuais, à adoção de pressupostos morais ou religiosos muito radicais, ao perfeccionismo extremo, ao medo de ser preso, de contrair doenças, de morrer e ao do "oculto".

É assim que os costumes de higiene são realizados tantas vezes seguidas ou por tanto tempo que resultam em problemas de pele, como é o caso da enfermeira Olívia (nome fictício).

Assim também, os medos de uma criança ficam tão intensos que a impedem de dormir e afetam seu aprendizado e rendimento escolar, problema da estudante Maria (nome fictício).

Apesar de aparecerem com nomes fictícios, as histórias são reais e foram extraídas de relatos do OCD Center (Centro de Transtorno Obsessivo-Compulsivo do Reino Unido) e da vida de uma das fundadoras da Astoc (Associação Brasileira de Síndrome de Tourrete, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo), a fotógrafa Maura Carvalho, 48.

Ela conta que, aos cinco anos, sua filha começou a fazer gestos repetitivos. Repetia tantas vezes que deixava até de brincar. Depois, um novo hábito apareceu: tocar as pessoas na rua ou em qualquer outro lugar, não importava quem fosse.

Carvalho levou a filha ao pediatra, mas ela não tinha nenhum problema físico; ao psicólogo infantil, e houve uma melhora. Mas, aos sete anos, uma outra mania começou: a garota passou a lavar as mãos repetidamente e a ter tantos medos que não conseguia dormir.

Ela foi encaminhada ao Protoc (Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo), que reúne especialistas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

O TOC responde a um fator genético, tem causa biológica --um desajuste na produção de serotonina, uma substância responsável pela transmissão de dados entre os neurônios--, pode ser desencadeado por estresses, traumas e até mesmo por algumas bactérias.

Não há cura para o distúrbio, mas é possível conviver bem com ele. Importante é diagnosticar o transtorno o quanto antes.

Metade das pessoas que descobrem ter TOC na idade adulta pode ter sofrido do distúrbio desde a infância. A informação é a maior arma para controlar o problema e acabar com o preconceito que existe contra quem sofre dele.

Os portadores de TOC têm quase sempre consciência de que suas obsessões são irracionais e de que as compulsões são prejudiciais à sua vida, só não conseguem controlá-las. Já os esquizofrênicos acreditam que seus delírios e alucinações são reais, afirma Ana Gabriela Hounie, 33, vice-coordenadora do Protoc.

Os tratamentos mais comuns para o TOC envolvem a administração de remédios que regulam a produção de serotonina e a terapia cognitivo-comportamental --que tenta dar ferramentas ao paciente para superar as obsessões e compulsões, de preferência, ambas combinadas.
Leia a íntegra em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3813.shtml

Folha de S.Paulo

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