Estresse pode precipitar aborto espontâneo |
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Publicado pelo site Folha Online 11/11/2004 |
O estresse pode desempenhar papel importante nos abortos espontâneos, revelou um estudo que será publicado no próximo sábado no semanário científico britânico "New Scientist".
Em pesquisa em ratos e seres humanos, cientistas alemães concluíram que o estresse libera uma torrente de hormônios que provocaria o aborto espontâneo.
Em ratos, a exposição a altos níveis de ruído respondeu com níveis maiores de cortisol, hormônio que suprime a progesterona, vital para manter uma gravidez saudável.
A progesterona é necessária para "desconectar" o sistema imunológico a fim de que ele não ataque as células da placenta e o feto como se fossem organismos hostis ao corpo.
Níveis menores de progesterona causam uma queda de um fator bloqueador chamado PIBF, que ajuda a enviar sinais para o sistema imunológico para tolerar o ocupante do útero.
Seres humanos
Dirigida por Petra Arck, do hospital Charite --subordinado à Universidade Humboldt de Berlim--, a equipe também monitorou os níveis de estresse e hormônios de 864 mulheres grávidas.
As voluntárias doaram amostras de sangue, que tiveram analisados seus níveis de progesterona e PIBF, e preencheram questionários em que mediram sua própria percepção de estresse.
As 55 mulheres que sofreram aborto espontâneo informaram ter mais estresse do que as outras e tiveram níveis menores de progesterona e PIBF no sangue, concluíram os pesquisadores.
Arck anunciou suas descobertas num encontro da Sociedade Britânica de Endocrinologia celebrado na semana passada, informou a "New Scientist". Se as descobertas forem confirmadas, elas reescreverão a visão médica atual sobre as causas típicas do aborto espontâneo.
Médicos convencionalmente culpam a má-formação fetal ou doença materna para a expulsão do feto.
Arck acredita que administrar progesterona a mulheres estressadas pode ajudar a combater o aborto espontâneo.
Segundo o artigo, a tese já se confirmou em ratos, e no próximo ano Arck espera tentar tratar mulheres grávidas estressadas.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u12636.shtml
Folha Online
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