Publicado pelo site Aprendiz 30/11/2004

(Ana Paula Fonseca)
Para combater a violência nas escolas e nos bairros de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, foi criada a Rede de Prevenção à Violência, tanto escolar quanto doméstica. Além de realizar debates científicos e acadêmicos sobre o tema, os professores da rede pública criarão rádio-escolas nas comunidades para tratar publicamente do assunto.
O programa tem como objetivo estimular os professores a desenvolver projetos em conjunto com os alunos, para assim gerar práticas exemplares de prevenção à violência. Isto seria conquistado através de atividades extracurriculares como feiras culturais, gincanas, torneios esportivos e palestras sobre diversos temas ligados à violência escolar e doméstica.
"A vitima da violência nas escolas é o processo pedagógico, estamos apostando no professor como um agente mediador e negociador em sala de aula", afirmou o coordenador do projeto e professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), Sérgio Kodato.
Além de combater a violência, o projeto também pretende que os professores da rede pública comecem a pesquisar mais sobre o assunto. E, com isto, passem a saber lidar melhor com alunos problemáticos. Os educadores ainda criarão estratégias para se aproximar desses alunos. Eles passarão por um processo de inclusão via projetos culturais e educativos conjuntos.
O projeto ainda prevê o atendimento psicossocial através do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - que tem um grupo de Estudos e Atenção a Violência Doméstica e Abuso Sexual - e também a Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM). O atendimento será realizado por profissionais de psicologia e estagiários de serviço social e psicologia das faculdades de Ribeirão Preto.
A Rede de Prevenção à Violência vai gerar ações articuladas com o Observatório de Violência da USP que resultarão em estratégias de intervenção em dez escolas estaduais e municipais paulistas. Através do observatório, especialistas integram uma rede virtual de pesquisas comparativas sobre violência doméstica e escolar, onde se discute, analisa e interpreta os dados.
Os professores que atuarem no projeto receberão uma bolsa de R$ 150,00 da Fatesp (Fundação de Amparo à Pesquisas de São Paulo) para custear os estudos.

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