Publicado pela Agência Carta Maior 02/12/2004

A Orquestra Sinfônica de Santo André (na foto) e a Orquestra de Violeiros de Mauá farão uma apresentação inédita, executando, juntas, quatro obras com orquestração do compositor Villani-Côrtes, no Teatro Municipal de Mauá, no dia 04 de dezembro. É a primeira vez que duas orquestras com origens tão diversas se apresentam juntas. O evento faz parte das comemorações dos 50 anos da cidade de Mauá.
O maestro Villani-Côrtes, que é hoje um dos principais compositores brasileiros com grande destaque no cenário mundial, aceitou este desafio, e promete uma abertura sinfônica bem pomposa das músicas caipiras, contrastando com a singeleza e simplicidade dessa música de raiz.
A Orquestra de Violeiros de Mauá é formada por 50 integrantes com idades entre 12 e 80 anos e já tem 5 Cds gravados. Para Sérgio Pastoreli, que está desde a fundação da Orquestra, este evento será um marco nos 14 anos de existência do grupo. “Sem dúvida será a coisa mais importante que já aconteceu na vida da orquestra”, comemora.
A Orquestra Sinfônica de Santo André vem se destacando como uma das melhores orquestras do país. Acompanhou pianistas como Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Gilberto Tinetti; os violinistas Claudio Cruz, Airton Pinto, e Elisa Fukuda; os violoncelistas Antonio Meneses e Antonio del Claro; os flautistas Raffaele Trevisani e Antonio Carlos Carrasqueira; os cantores Céline Imbert, Cláudia Riccitteli, Martha Herr, Rosana Lamosa, Silvia Tessuto, Paulo Szot, Sebastião Teixeira, Fernando Portari, Pepes do Valle, Jeller Felipe e Sandro Christopher. A Orquestra já se associou a artistas de teatro e dança e atuou ao lado de Antonio Fagundes, Cacá Carvalho, Sérgio Mamberti, e Sonia Guedes, além dos bailarinos Ana Botafogo, Andréia Thomioka, Cecilia Kerche, Fernando Bujones e Marcelo Misailidis em espetáculos dirigidos por Ulisses Cruz, Walter Neiva e Antonio Petrin.

“Estar agora ao lado de uma orquestra de violeiros (na foto) é estar junto com a música de raiz brasileira, como os catiras e cururus, as toadas e modas de viola. O fato da orquestra ter todo este tempo de estrada mostra que ela construiu uma história a ser respeitada”, afirma Flávio Florence, maestro da Orquestra Sinfônica de Santo André. Além das orquestrações criadas especialmente para este concerto, a Orquestra Sinfônica executará também Tchaikovsky, Dvörak, Alexandre Levy e Carlos Gomes.
Mauá 50 anos
A cidade de Mauá está completando 50 anos, e foi o lugar que abrigou as duas fazendas do visionário Visconde de Mauá no século XIX, localizadas entre Santo André e Rio Grande da Serra.
Visconde de Mauá era um homem brilhante. Foi caixeiro, comerciante, empreendedor agrícola, industrial e banqueiro. Visitou a Inglaterra em 1840 e se encantou com as ferrovias e indústrias. Em 27 anos, tal era seu entusiasmo e seu poder de realização, que conseguiu inaugurar no Brasil a Ferrovia Santos-Jundiaí. Este empreendimento foi possível graças à parceria com os ingleses.
Em 1883 foi inaugurada a Estação Pilar e em 1926 o nome foi mudado para Mauá em homenagem ao Visconde. A cidade, que pertencia a Santo André, foi emancipada tornando-se município autônomo em 1954.
Foi inspirada nessa peculiar história que a produtora cultural Anna Nery de Castro realiza o projeto Mauá 50 anos. Após pesquisa, ela encontrou o que era de mais genuíno na cidade, os violeiros de Mauá, e de Santo André trouxe a Orquestra Sinfônica. No repertório composições eruditas de compositores do século XIX, contemporâneos ao Vinconde de Mauá, e a grande novidade é o repertório que será executado por duas orquestras concomitantes: Orquestra Sinfônica de Santo André e a Orquestra de Violeiros de Mauá. Para tanto ela convidou o compositor Edmundo Villani-Côrtes para orquestrar “Tristeza do Jeca”, “Saudades de Matão”, “A Vaca já foi pro Brejo” e “A Saudade Vai”. “Villani é muito eclético e transita muito bem entre o erudito e o popular”, explica Anna Nery.
. O palco do Teatro Municipal de Mauá estará repleto com a presença dos 80 músicos da orquestra sinfônica e dos 50 da orquestra de violeiros.
Para Anna Nery, foi

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