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Descoberto o 11º dinossauro brasileiro


Publicado pelo site Ciência Hoje On-line 02/12/2004

(Alexander Kellner - Museu Nacional / UFRJ - Academia Brasileira de Ciências)
Atrasado para mais uma partida de bocha (jogo típico em áreas de colonização italiana), o Sr. Tolentino Flores Marafiga andava com passo apertado por uma pequena estrada na região de Água Negra entre as cidades São Martinho da Serra e Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Era uma ensolarada tarde de maio de 1998 e a estrada estava sendo recuperada por uma máquina niveladora.

De repente, o aposentado observou no acostamento algumas "pedras" de coloração amarronzada que se assemelhavam a ossos, embora fossem bem mais pesadas. Ele telefonou para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), situada na cidade homônima. Juntamente com alunos, o geólogo Átila da Rosa, professor da UFSM, organizou uma visita ao local e constatou a presença de um esqueleto fóssil. Ainda naquele mês, ele entrou em contato com especialistas do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ), que auxiliaram na coleta do material. Estava descoberto um novo dinossauro do Brasil: mas de que espécie se tratava?

A resposta só viria seis anos depois. Nesse ínterim, foi feito o estudo geológico do local onde o fóssil foi escavado, um delicado trabalho de preparação – que envolveu a recuperação de parte do material quebrado pela máquina niveladora – e a comparação com dinossauros encontrados em outras partes do mundo. O estudo levou a uma conclusão: os ossos pertenceram a uma nova espécie de réptil herbívoro. Estava descoberta a 11a espécie brasileira de dinossauro.

O estudo, que acaba de ser publicado na revista Zootaxa, foi realizado por Luciano Artemio Leal, aluno de doutorado do programa de Pós-Graduação de Zoologia do Museu Nacional, e contou com a colaboração de pesquisadores da UFSM e do Museu. O novo dinossauro foi denominado de Unaysaurus tolentinoi: na língua tupi, unay significa 'água negra'; saurus significa 'lagarto' em grego; tolentinoi é uma justa homenagem ao descobridor do fóssil, o Sr. Tolentino.

O "dinossauro de Água Negra" tinha aproximadamente 2,5 metros de comprimento, cabeça relativamente pequena e corpo volumoso. O primeiro dedo da mão (polegar) era o maior e continha uma garra direcionada para junto do corpo (e não para frente). Os dentes possuem um aspecto semelhante a uma folha com projeções nas margens espessas (dentículos), típico de dinossauros que se alimentavam de plantas. Os ossos dos braços são menores do que os das pernas, o que sugere que esse animal caminhava sobre as patas traseiras em uma postura bípede. O conjunto das características levou a classificação da nova espécie brasileira dentro de um grupo chamado de "prossaurópodes", que eram herbívoros e se espalharam pelo mundo.

Aliás, há cerca de 225 milhões de anos, quando o Unaysaurus tolentinoi passeava pela região de Água Negra, o planeta era bem diferente: os continentes estavam todos unidos em um supercontinente chamado de Pangea, o que permitia que os animais – incluindo os dinossauros – se locomovessem de um lado para outro. Nesse aspecto, a espécie brasileira traz uma nova curiosidade: ao contrário do esperado, em vez de se aparentar mais com espécies argentinas do mesmo grupo (como o Coloradisaurus ou o Riojasaurus), o réptil brasileiro é mais proximamente relacionado ao Plateosaurus, que vivia na Europa. Isso mostra que a movimentação dos dinossauros pelo supercontinente Pangea há 225 milhões de anos era mais complexa do que se supunha até agora.
Leia a íntegra em:

http://cienciahoje.uol.com.br/view/2674

Ciência Hoje On-line

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