A importância da escola nos hábitos alimentares |
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Publicado pelo portal da USP 07/12/2004 |
(Ligia Carriel)
A escola tem papel fundamental no combate à obesidade infantil. Partindo desse pressuposto, a pesquisadora Inês Rugani de Castro, professora da UERJ e diretora do Instituto de Nutrição Annes Dias, órgão normativo e regulador municipal para ações de alimentação e nutrição, desenvolveu uma série de iniciativas em escolas públicas e particulares para promover hábitos alimentares saudáveis. “A nossa ação para reforçar os hábitos saudáveis são muito parecidas com as ações contra o tabagismo. Nosso projeto está baseado em três vertentes: estímulo às crianças que não têm hábitos saudáveis; o apoio para quem quer adquirir esses hábitos e a proteção para quem já está acostumado a comer bem e não deve ser exposto a propagandas e incentivos”, explica a nutricionista. A pesquisadora participou, nesta segunda (6) do Seminário Promoção da Saúde - Estilos de vida saudáveis na faculdade de Saúde Pública da USP.
No seminário, Inês mostrou o sucesso dos projetos municipais cariocas, como a iniciativa “Com Gosto de Saúde”, que tem como objetivo inserir a educação nutricional no cotidiano das escolas, e o projeto de pesquisa “Culinária, Saúde e Prazer”, que resgata o hábito da culinária e da escolha dos alimentos entre jovens de 13 e 14 anos.“O apoio municipal é de extrema importância para o nosso sucesso. Obviamente nosso alcance em escolas públicas é maior, mas também buscamos orientar os diretores de escolas privadas”, afirma Inês. Nos dois monitoramentos promovidos pelo Instituto Annes Dias em 1999 e 2003, 5% dos alunos de escolas públicas apresentavam um quadro de obesidade e 15% estavam com excesso de peso.
Entre as ações de maior polêmica está o decreto municipal do Rio de Janeiro que proíbe a venda e propaganda de doces, refrigerantes e alimentos gordurosos nas cantinas de escolas públicas. “Acreditamos que o aluno precisa ser protegido, pelo menos nas quatro horas que ele passa na escola. O decreto foi extremamente bem-sucedido no Rio, a maioria das escolas passou a promover iniciativas próprias, como palestras e peças de teatro sobre hábitos saudáveis”. De acordo com o Censo divulgado pelo Instituto de Nutrição Annes Dias em 2001, 63% das escolas públicas tinham cantinas e os produtos mais vendidos eram refrigerantes, biscoitos e balas. “Nós não queremos impor uma proibição, mas existe uma grande diferença entre o consumo eventual e a oferta diária de produtos que oferecem poucos nutrientes às crianças. A escola precisa desenvolver coerência no discurso. Não pode enfatizar nas aulas a necessidade de uma boa alimentação e não fazer nada na prática para reduzir a exposição a produtos industrializados”, ressalta Inês
http://www2.usp.br/canalacontece/artigo.php?id=2319
USP
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