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Criança não deve ver televisão sozinha


Entrevista de Ismar de Oliveira Soares na Folha de S.Paulo 12/12/2004

(Laura Mattos)

Morte à babá eletrônica. Nada de largar os filhos pequenos em frente ao televisor sem tomar conhecimento do que eles estão vendo. Os pais devem selecionar os programas e negar acesso aos que consideram inadequados. Permanecer ao lado das crianças e conversar com elas sobre a programação é o ideal para que a televisão deixe de ser "inimiga" e passe a "aliada" da educação.
Essas são idéias defendidas por Ismar de Oliveira Soares, 61, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicações e Artes da USP. Ele trabalha com educomunicação -"casamento" da educação com a comunicação-, conceito relativamente novo no meio acadêmico, que ganha adeptos em vários países. Trata-se, basicamente, da união de duas idéias mais antigas: 1) os meios de comunicação podem ser ferramentas da educação (ex: cursos em vídeo); 2) crianças e adolescentes devem aprender a consumir mídia com visão crítica.
Se a orientação começa com a família e continua com os professores, acredita Soares, o jovem certamente sai da escola com capacidade de usar melhor o controle remoto. "A programação de maior qualidade seria selecionada naturalmente, algo bem mais eficiente do que campanhas como essa contra a baixaria na TV."
Para ele, os colégios têm de debater programas de TV em sala de aula e se equipar com laboratórios de audiovisual. "Ao criar um programa de TV ou rádio, o aluno desenvolve a capacidade de analisar a mídia mais profundamente e aprender a se comunicar melhor com pais, professores e colegas." A educomunicação começa a ser debatida em escolas particulares e foi implantada pela USP em mais de 1.500 públicas. Neste Dia Internacional da Criança na TV, quando estréia a TV Rá-Tim-Bum (primeiro canal infantil nacional).

Folha - Quando surge a idéia de que crianças devem aprender a ver TV, consumir mídia criticamente?
Ismar de Oliveira Soares - Já nos anos 50, mas sob perspectiva fortemente moralista. Era o pensamento do educador que conhece o que deve ensinar, acredita que a mídia trabalhe com contravalores e trata de vacinar crianças e adolescentes contra seu impacto negativo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação tem normas para que colégios ensinem a análise crítica da comunicação. Mas isso não chega à prática porque os professores não estão preparados.

Folha - Em seus textos, o sr. lembra que a Escola de Frankfurt "diaboliza" a TV, a "inimiga da educação". Esse é um pensamento ainda forte entre educadores e pais?
Soares - O conceito de que a TV é perigosa ainda existe. Temos campanhas para acabar com a baixaria na televisão, com respaldo da sociedade. Hoje, no entanto, a TV é vista por educadores menos como inimiga e mais como entretenimento, coisa para não ser levada a sério. Eles dão aula, vão para casa ver TV como se isso não tivesse a ver com educação. Quando um menino se lança da janela imitando o Super-Homem, alguém se lembra de que é importante educar crianças para ver TV. Depois passa. O sistema de ensino, se ficar na inércia, olhará a comunicação como entretenimento nos próximos cem anos.

Folha - Ao escolher onde matricular o filho, como pais avaliam se o
colégio tem essa preocupação?
Soares - Os colégios provavelmente responderão que há essa preocupação, porque é "chique", mas o que existe na maioria dos casos são práticas isoladas, realizadas por alguns professores.

Folha - Como as escolas devem ensinar os alunos a assistir à TV?
Soares - O ideal é que haja um especialista em comunicação, educação e práticas que aproximem esses universos. No início do ano, ele planeja com os professores como utilizar a mídia nas aulas de biologia, química etc. Além de aprender sobre a transposição do rio São Francisco, por exemplo, o aluno analisa como isso é tratado na TV, a fim de criar juízo crítico. Depois, faz um jornal, programa de rádio. Ao produzir comunicação, aprende a autocrítica e adquire critérios para analisar a mídia. No fim do ano, a feira de ciências pode se transformar em feira de comunicação.
Leia a íntegra em:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1212200406.htm

Folha de S.Paulo

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