Publicado pelo site IG/Último Segundo 11/01/2005

Pais não deveriam dar telefones celulares a crianças com menos de oitos anos, disse nesta terça-feira o diretor de um estudo oficial sobre a segurança dos telefones.
William Steward, presidente da comissão de diretores da National Radiological Protection, ou NRPB, disse que havia uma crescente quantidade de pesquisas que mostraram que o uso de telefones móveis possui implicações para a saúde e que, por isso, seria prudente adotar uma “aproximação cautelosa”, especialmente em relação às crianças.
“Não acho que possamos colocar nossas mãos no peito e afirmar que telefones celulares são seguros”, disse em conferência jornalística para o lançamento de seu relatório.
Uma empresa inglesa que recentemente lançou um telefone para crianças de quatro a oito anos de idade disse estar suspendendo suas vendas depois de ter estudado o relatório de Stewart.
Stewart concluiu que “não há forte evidência, até agora, de que a saúde pública, em geral, esteja sendo afetada pelo uso de tecnologias para telefones móveis”.
No entanto, o pesquisador afirma que estava “mais interessado” nas implicações para a saúde de cinco anos atrás, quando ele examinou o uso deste aparelho pela última vez.
Steward disse que estudos que demonstram possíveis danos à saúde através do uso de telefones celulares “são de qualidades variáveis e ainda devem ser replicados, mas não podemos abrir mão deles”.
“Esta ainda é uma área relativamente nova e as visões divergentes mostram como novas pesquisas são necessárias”.
“Se você tem um filho adolescente e sente que ele desfrutará de uma maior segurança se possuir um telefone celular, é uma opção pessoal”, disse.
“Mas se telefones celulares estão disponíveis para crianças de três a oito anos de idade, eu não acredito, nem por um segundo, que o fato possa ser justificado”.
“Minha esperança é que os usuários tomem precauções e que usem os aparelhos o menos possível, que usem mensagens de texto o máximo possível”.
A Communic8 afirmou estar suspendendo as vendas dos telefones MyMo, projetados para crianças e que armazenam até 5 números que podem ser facilmente discados em uma emergência.
“Lançamos o produto especificamente porque pensamos que ele poderia dar mais segurança aos pais”, disse o diretor de marketing, Adam Stephenson.
“Não pretendemos, absolutamente, danificar a saúde das crianças”.

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IG/Último Segundo

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