Publicado pelo Agência Carta Maior 17/01/2005

O Carnaval começa mais cedo na Galeria Olido. A partir de 11 de janeiro ela apresenta o projeto Cordão Ziriguidum - Memória Do Carnaval Paulistano realizando desfiles, shows, debates, oficinas e exposições sobre cordões carnavalescos, a forma síntese do carnaval na paulicéia e que existiram até a década de 1960. O projeto é coordenado por um dos mais tradicionais sambistas de São Paulo, Osvaldinho da Cuíca.
O cordão Ziriguidum foi fundado por Osvaldinho em 25 de janeiro de 2000. A idéia é brincar o carnaval retomando a tradição dos cordões que traziam instrumentos de sopro e metais, além da percussão, baliza, porta-estandarte e a Corte Negra, grupo que percorria o desfile trajando roupas da corte portuguesa. O cordão de Osvaldinho fez a abertura oficial dos carnavais paulistanos de 2000 e 2001. Para este ano, trouxe uma novidade: vai realizar quatro desfiles pré-carnavalescos (nos dias 16, 23, 25 e 30 de janeiro) fazendo os mesmos percursos que cordões, grupos de sambistas e capoeiras da cidade realizavam nos carnavais do fim do século 19 até o começo da década de 1960. "Quero resgatar uma identidade paulistana trazendo aquilo que lhe era peculiar, os cordões, já que Escola de Samba é carioca e o Axé é baiano. Em 1972 acabaram com os nossos últimos cordões: Fio de Ouro, Camisa Verde e Branco e Vai-Vai, transformados em escolas de samba. Eles chegavam a ter duas mil pessoas desfilando em cada um", afirma Osvaldinho.
A abertura do projeto foi nesta terça-feira, 11 de janeiro, com a inauguração da exposição fotográfica Carnaval em Branco e Negro, que traz imagens de carnavais da primeira metade do século 20 nos bairros da Lapa, do Brás e de cordões formados pela população negra da cidade. Logo em seguida houve o debate História e Identidade do Carnaval Paulistano com o musicólogo Alberto Ikeda (Unesp), a historiadora Olga von Simson (da Unicamp e curadora da exposição) e o cidadão-samba Osvaldinho da Cuíca. Na seqüência, Osvaldinho fez show com o grupo Sambaqui e convidados, apresentando composições de sambistas paulistanos históricos como Geraldo Filme, Talismã, Zeca da Casa Verde, dentre outros.
Exposição:
Carnaval em Branco e Negro
Sala de exposição - primeiro piso
Entrada franca
De 11 de janeiro a 06 de fevereiro, terça a sábado, das 12h às 21h30 e domingos, das 12h às 20h (a abertura oficial ocorre no dia 11 às 19h, mas a exposição já estará aberta ao público desde o meio-dia)
Exposição sobre o carnaval paulistano nos bairros da Lapa e do Brás e dos cordões de negros da primeira metade do século 20. A curadoria é de Olga von Simson e as fotos do acervo do Centro de Memória da Unicamp.
Serviço:
A Galeria Olido fica na avenida São João, 473 - Centro (metrô República) - São Paulo.
Todas as suas salas e espaços de exposição possuem ar-condicionado e acesso para deficientes. Não possui convênio com estacionamentos. Informações ao público pelo telefone: 3334-0001 - r. 1951.

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