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O problema é o homem


Artigo de Dante Donatelli no site AOL Educação 18/01/2005

Em meio à discussão acalorada entre homens e mulheres para entender o que houve com a vida familiar, com vínculos que garantiam a convivência, harmoniosa, e submissa entre homem e mulher, tenho claro para mim que a vida familiar foi inundada por um EU majestoso capaz de se apropriar de vontades, de pensar e viver por si mesmo sem depender de qualquer ser masculino, e isto colocou abaixo uma lógica de convivência e tolerância secularmente estatuída entre nós. Os homens ordenam e as mulheres obedecem.
Por mais genérica que seja esta nossa afirmação, a verdade é que nos últimos 40 anos as mulheres deixaram de ser apenas um acessório da vida familiar, submetida às vontades e ditames ditatoriais do masculino para se impor como alguém igual em direitos e desejos.
Mais culta, a mulher deixou de ser só professora primária para ser uma profissional de toda ordem, com posição financeira para se impor diante do masculino como alguém disposta a opinar e pensar a vida comum.
Esta combinação entre educação e independência financeira associada a uma possibilidade efetiva de controle sobre a concepção, quando e quantos filhos ela mulher desejava ter foram determinantes para colocar os homens em uma posição acuada frente ao feminino.
Em outras palavras os homens não sabem lidar com uma mulher que se põe sobre a mesma condição que a sua, antropologicamente os homens se educaram em uma cultura machista e dominante, e neste momento esta cultura está ruindo, gradualmente, e é algo tão patente que 30% dos lares brasileiros são geridos somente por mulheres. O abandono masculino do lar entre outros fatores se dá pela incapacidade masculina de negociar a vida comum com as mulheres.
Quantos homens toleram mulheres que ganham mais, mulheres que sabem mais, mulheres que podem viver sem ele, financeira e sexualmente? Poucos homens suportam tal situação.
No que tange especificamente a educação dos filhos esta posto que é preciso compartilhar todo processo educativo dos filhos não é ele mais tarefa exclusiva da mulher, e supervisionado a distância por um pai trabalhador e executado por uma mãe do lar. A necessidade de se dividir responsabilidades na educação dos filhos é o grande desafio posto na relação entre homem/mulher.
O exemplo banal, que todos conhecemos, quando um filho quer sair e pede primeiro ao pai e ele de pronto pede ao filho que fale com a mãe, que por sua vez devolve ao filho para falar com o pai, que volta ao pai que discute com a mãe, que pergunta para o filho o que ele acha e que acaba saindo deixando pai/mãe tranqüilos quanto à autonomia oferecida ao filho: “Viu como educamos bem nosso filho! Ele sabe o que quer!” Em verdade o filho decide pelos dois, um pai acovardado que não sabe compartilhar com a mãe as responsabilidades comuns e por uma mãe que ainda não aprendeu a ter autonomia diante de um homem já muito fragilizado.
Em suma, o homem se incapacita a viver ao lado da mulher, e os números mostram isto, quando não se apercebe que seu papel cultural dentro da família foi alterado pelas novas relações construídas fora do seio familiar. O ranço patriarcal e machista ainda esta presente na alma e lógica masculina, para que ele se disponha a ficar na mesma posição, no mesmo e igual lugar que uma mulher.
Dante Donatelli é educador; foi diretor e coordenador educacional em escolas públicas e privadas de São Paulo por 17 anos

http://educacao.aol.com.br/fornecedores/aol/2005/01/18/0001.adp

AOL Educação

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