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Referências aos milhares


Publicado no caderno Sinapse, da Folha de S.Paulo 25/01/2005

(Juliana Machado)
Radovan Borojevic, chefe do Departamento de Embriologia e Histologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), tem 1.620 citações científicas. Se o número não significa quase nada para a maioria da população, um estudo que ele realizou com uma equipe de imunologistas brasileiros foi uma grande notícia para milhares de cardiopatas. Divulgada em setembro de 2004, a pesquisa indica que células-tronco podem se tornar células cardíacas, abrindo o caminho para um novo tratamento de cardiopatias. E as citações servem para quê? "Elas refletem o impacto na comunidade internacional, e é bom saber que o impacto de nosso grupo é relativamente alto. Compartilho essa alegria com meus alunos e colaboradores", afirma Borojevic. O número de citações aparece na lista organizada pelo especialista em embriologia celular Antonio Oliveira dos Santos, do Centro de Pesquisa de Cambridge (Reino Unido). "Meu objetivo era obter um panorama da produção científica dos imunologistas brasileiros. Obtive cerca de 230 nomes no banco de currículos do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]", conta. Para realizar sua lista, Oliveira dos Santos escolheu um instrumento polêmico: o Índice de Citações Científica (SCI, na sigla em inglês). Essa avaliação se baseia na quantidade de vezes que um determinado trabalho publicado em alguma revista científica foi mencionado em outro artigo. Mas especialistas brasileiros e estrangeiros afirmam que o sistema apresenta falhas que tornam o indicador pouco confiável. "Incomoda-me o uso que se tem feito dessas estatísticas. O indicador é o começo do caminho, não o fim. Ele não pode ser utilizado para fins de avaliação de pesquisadores", pondera Regina Gusmão, coordenadora do projeto de indicadores científicos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que há 20 anos analisa os índices. Organizado pelo Thompson ISI (antigo Instituto de Informação Científica) e divulgado pela National Science Foundation (Fundação de Ciência Nacional), dos EUA, o indicador serve para mostrar qual é o impacto de um determinado estudo na comunidade científica. Mas Gusmão considera o modo como o levantamento é realizado o primeiro de uma série de problemas que questionam a credibilidade do índice.

Gusmão explica que, para chegar à lista, são utilizados dados da "Web of Science", um banco de informações da ISI que engloba artigos de cerca de 9.000 jornais, em 36 idiomas. Entre tantos títulos, 41 são do Brasil. O país conta ainda com o programa Scielo (Scientific Eletronic Library Online, biblioteca científica eletrônica on-line), uma base de dados composta por 91 publicações brasileiras. Mas uma avaliação das citações científicas ali também pode ser ineficaz, já que a biblioteca virtual cobre uma pequena parte das publicações nacionais -ao todo, segundo especialistas, são entre 400 e 500 revistas e jornais.
Polêmico ou não, "o índice de citações indica o prestígio de seu trabalho", afirma Claudia Pirmez, médica patologista da Fundação Oswaldo Cruz, com 1.590 citações, 12º lugar da lista de Oliveira dos Santos, logo atrás de Borojevic, o 11º. Ambos, porém, reconhecem que o índice de citações deve ser lido com cautela. "Como todos os métodos de avaliação, não é perfeito e deve ser usado com discernimento", diz Borojevic. Pirmez concorda. "É uma forma de avaliar o trabalho -não sei se é a ideal. Até porque é difícil comparar áreas diferentes de estudos."
O problema apontado por Pirmez também preocupa Regina Gusmão, que percebe há mais publicações em determinados ramos da ciência do que em outros. "Os trabalhos com temas dentro das ciências humanas são subestimados. Estudos sobre doenças tropicais são menos publicados do que os sobre robótica", exemplifica a especialista da Fapesp.
Leia a íntegra em:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/sinapse/sa2501200503.htm

Folha de S.Paulo

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