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Não é a escola que é ruim


Artigo de Dante Donatelli no site AOL Educação 17/02/2005

Nossas escolas são ruins. É esta ao menos a idéia que povoa a mente da maioria das pessoas em nossa sociedade. A questão é saber por que a maioria das pessoas acreditam que a nossa escola, seja ela pública ou privada, é ruim.
Esta falsa crença está intimamente ligada àquilo que a sociedade espera da instituição escolar. Em decorrência das transformações acontecidas nos últimos 40 anos na estrutura social, com a urbanização de nossa população, uma maior escolarização e profissionalização da população feminina, por um lado, e por outro a própria transformação da idéia da escola, que até os anos 1970 era considerada elitista, para a efetivação em uma instituição pública, democrática na qual todos tem o direito de freqüentar, transformamos a escola em um espaço de serviços, que acabou sendo inicialmente assimilado pelas classes médias e altas e posteriormente pela escola pública.
O que significa esta visão de escola como lugar de serviços? Agregou-se a vida escolar, uma porção infinita de coisas que se podem realizar no seu interior, de natação à balé, escola de línguas a gabinete psicológico, isto especialmente nas escolas privadas. Na escola pública há muitos anos o poder público tenta agregar serviços de amparo social, médico, nutricional e esportivo entre outros nos seus espaços escolares.
Se não bastasse tal coisa, as famílias cada vez mais vêem na escola um lugar no qual seus filhos possam ter uma formação que substitua os papéis familiares, repassando à escola uma série de deveres que são dos pais.
Ora, a escola é por si um lugar de formação intelectual, um lugar no qual tudo que se realiza dentro dela deveria estar associado intimamente ao seu currículo e às práticas de sala de aula. A escola é gerida por professores, pensada por eles e seus coordenadores e diretores, para além disto a escola não sabe o que fazer e não tem instrumentos para intervir.
Ao aceitar incorporar dentro de si os serviços desejados por pais e por “educadores” para além das coisas que se possam atrelar ao currículo, criou-se uma profunda distorção no papel social da escola e nas expectativas de pais e mesmo de alunos.
A transformação do espaço escolar, formativo disposta para o intelecto e a cidadania, ficou a meio caminho entre um clube e o verdadeiro lugar da educação. Criou-se, em nosso entender, uma distorção no olhar posto pela sociedade na escola, na mesma medida que a própria escola se predispôs a despender recursos, espaços e tempo com objetos que não se ligam nem a melhor formação do professor, nem a melhoria dos equipamentos escolares com novas tecnologias, nem em um incremento efetivo no currículo para que professores e alunos pudessem melhor se preparar para as exigências da realidade vivida por todos.
Em suma, cremos que a sociedade brasileira hoje olha para a escola engendrando nela deveres, responsabilidades e expectativas distantes das suas funções originais e de seus compromissos históricos, de ser um lugar de formação cidadã, para vida pública sustentada no legado intelectual deixado pela nossa civilização. Não é a escola que é ruim, é a idéia de escola que está equivocada.

http://educacao.aol.com.br/fornecedores/aol/2005/02/17/0001.adp

AOL Educação

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