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Teste de saliva dará diagnóstico precoce


Publicado pelo jornal Folha de S.Paulo 19/02/2005

(Claudio Angelo)
Uma única gota de saliva numa esponja pode, num futuro próximo, ajudar a determinar se uma criança irá desenvolver cáries, poupando gastos com tratamento e horas torturantes sob a famigerada broca do dentista.

Não é só: até o final desta década, cientistas nos EUA querem usar o cuspe para diagnosticar uma série de doenças, de infecções respiratórias a câncer.

Os primeiros resultados desse esforço foram apresentados ontem durante a reunião anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), em Washington, num simpósio intitulado "Cuspa e ligue para mim pela manhã".

Os pesquisadores dizem acreditar que diagnósticos com saliva podem ser tão eficientes quanto os tradicionais exames de sangue, e muitas vezes mais rápidos e mais baratos.

"Em menos de uma hora você pode detectar a presença de uma quantidade enorme de vírus e bactérias na saliva", disse Daniel Malamud, da Universidade da Pensilvânia. "Um exame de Streptococcus [bactéria causadora da pneumonia] no sangue hoje demora 48 horas, e, na dúvida, você põe a criança no antibiótico antes. Isso pode ser evitado."

Malamud, um bioquímico que começou a estudar a composição da saliva há 25 anos ("Fiquei curioso para saber por que os animais lambem suas feridas"), lidera um grupo de cientistas que desenvolve um minilaboratório para diagnóstico molecular.

Sua idéia é usar uma reação química conhecidíssima dos biólogos, a chamada PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), para rastrear pedacinhos do DNA e do RNA de vírus e bactérias presentes na saliva de um doente, assim como anticorpos que o paciente tenha produzido contra a infecção.
A PCR é uma espécie de máquina de xerox em escala molecular.

Na presença de uma enzima chamada polimerase, o DNA começa a fazer cópias de si mesmo. O grupo de Malamud construiu "sondas" genéticas que têm a mesma seqüência de "letras" A, T, C e G de trechos do material genético do vírus da Aids e de uma bactéria, o Bacillus cereus, um primo próximo do antraz.

Durante a PCR, essas sondas se encaixam nos seus contramoldes presentes na saliva. As cópias de DNA e RNA resultantes são tantas que a detecção de quantidades muito baixas se torna possível.

Glucoma e proteoma

Do outro lado do país, um grupo de pesquisadores liderado pelo bioquímico Paul Denny, da Universidade do Sul da Califórnia, trabalha no mapeamento dos tipos de açúcar presentes na saliva. O efeito de várias cadeias de açúcar na capacidade dos dentes de resistir a cáries é análogo aos efeitos do "bom" e do "mau" colesterol sobre os vasos sangüíneos. Açúcares "maus" permitem a instalação de bactérias causadoras de cárie nos dentes.

"Mas, diferentemente do colesterol, nossas cadeias de açúcar são 100% geneticamente determinadas e não podem ser mudadas", afirma. O grupo de Denny descobriu que a composição dos açúcares da saliva pode prever com 98% de confiança se uma criança terá cáries no futuro, e até quais são os dentes em maior risco. "Com base nisso, o teste pode sugerir um plano de prevenção que mantenha a criança sem cáries, mesmo que ela tenha um risco inato".

Em parceria com ele, o dentista David Wong, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, se dedica a decifrar todas as proteínas presentes na saliva.

Esse "projeto proteoma" do cuspe, que deve estar concluído nos próximos dois anos, deverá fornecer aos cientistas um mapa com o qual todas as alterações da composição química da saliva possam ser comparadas. Um dos objetivos é possibilitar o diagnóstico precoce de alterações genéticas causadas por vários tipos de câncer.

Wong e seus colegas já deram uma prova de que o princípio pode funcionar. Em dezembro do ano passado, eles publicaram na revista científica "Clinical Cancer Research" um estudo no qual conseguiram detectar tumor de boca em dez pacientes usando marcadores ("etiquetas") genéticos presentes na saliva.

O trabalho encontrou 1.679 genes na saliva que sofrem mudanças no seu padrão de expressão -- ou seja, na maneira e intensidade como são ligados e desligado -- entre p

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u12950.shtml

Folha de S.Paulo

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