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Para aprender, coloque a mão na massa


Publicado pela revista Nova Escola On-line fevereiro 2004

(Tatiana Achcar)
Que tal trocar o lápis e o caderno por tesoura, cola, tecido, fita métrica, argila, barbante, lã, miçangas coloridas, isopor, madeira e embalagens usadas em alguns momentos da aula? E não precisa ser em Artes não. Pode ser em Ciências, Língua Portuguesa, Matemática, Geografia e História... Criar, construir e representar são ações que devem estar presentes na construção do conhecimento. “Quando um deles fica isolado, o processo se enfraquece e pode tornar-se caricato”, explica professor Nilson José Machado, chefe do Departamento de Metodologia do Ensino da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
De forma geral, desde muito cedo, o aluno primeiro manipula o objeto e somente depois aprende a teoria. “A escola prende-se muito nesse eixo, principalmente quando o estudante avança nas séries”, explica Machado. Mas os professores não podem se esquecer que o fazer é tão importante quanto as outras etapas. “A manipulação de materiais leva à necessidade de representação. Quando o trabalho é mais elaborado, o aluno precisa desenvolver um projeto antes de realizá-lo. Fazer um dado de massinha, por exemplo, exige raciocínio diferente do necessário para montar um dado de papel”, afirma. O kirigami, técnica japonesa de recortar papel, exige a concepção de uma idéia, o entendimento do conceito de ângulos e, por fim, a representação da figura.
Para que haja aprendizado é preciso haver intenção de conhecimento, independentemente de a produção ter como produto final um objeto didático ou estético. O aprendizado feito também com o corpo, no caso, com as mãos, é mais duradouro.
Mãos ocupadas, mente pensante
Na pedagogia Waldorf, criada por Rudolf Steiner, trabalhos manuais como crochê, tricô e marcenaria acompanham o currículo durante toda a vida escolar do aluno. “Essas linguagens estão incluídas em todas as disciplinas”, conta Celina Targa, psicopedagoga e professora da Escola Michael, em São Paulo. Se a turma vai estudar o Egito Antigo, certamente vai aprender a fazer papiros. Mas, antes de botar a mão na massa, a turma lê e pesquisa sobre a história dessa cultura, abordagem importante para valorizar o trabalho. Os alunos ficam sabendo, por exemplo, que o trançado macramê, na sua origem, era feito por guerreiros árabes.
Enquanto tricotam, os alunos ficam calmos, com os olhos focados no trabalho, acompanhando o fio de lã. “O trabalho manual gera introspecção, concentração e reflexão”, explica Celina. Em sua opinião, as escolas públicas podem se valer da riqueza dos artesãos que as comunidades abrigam - bordadeiras, tecelãs, carpinteiros, ceramistas - levando-os à escola para ministrar oficinas aos alunos.
Fazer arte para formar gente
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) define quatro pilares de aprendizagem para o século 21: aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a conviver e aprender a fazer. Esta última implica em desenvolver habilidades e competências para gerar instrumental para a vida profissional. Aplicado às atividades manuais, porém, esse princípio pode ser entendido como oportunidade para o indivíduo se expressar e descobrir as próprias aptidões. “A valorização das manifestações artísticas ganha força quando a escola se percebe como espaço de formação de pessoas e cria oportunidades para que cada um se conheça em diversas situações”, conta Neide Noffs, psicopedagoga e professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Antes, essa relação se dava por meio do texto oral e escrito. Hoje, o artesanato e a arte são linguagens que a escola também deve explorar. A atividade com as mãos, portanto, é mais uma fonte de informação para o professor sobre como o aluno aprende, suas dificuldades e suas habilidades.
Leia mais em:

http://novaescola.abril.com.br/noticias/fev_05_18/index.htm

Nova Escola On-line

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