> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa tarde
Domingo , 15 de Junho de 2025
>> Notícias
   
 
Cotista tem nota parecida com de não-cotista


Publicado pelo Universia Brasil 05/04/2005

(Fábio Takahashi)

Os vestibulandos aprovados na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) pelo sistema de cotas tiveram desempenho semelhante aos do sistema universal.

Essa é a conclusão do coordenador de ações afirmativas da universidade, Marcos Ferraz, ao analisar o balanço do processo seletivo da instituição para ingresso neste ano -o primeiro a reservar vagas a estudantes afrodescendentes ou índios.

A diferença entre a nota do último matriculado não-cotista e o último cotista foi de 10% (dez pontos em cem) em medicina, o curso mais concorrido. A instituição não divulga o valor absoluto das notas para que os alunos não saibam suas colocações.

Outro exemplo citado por Ferraz que mostra semelhança no desempenho entre os dois grupos é que tanto em medicina como em enfermagem o melhor cotista teria nota suficiente para ser aprovado no sistema universal.

"Claro que há diferença no desempenho. Mas ela é pequena e, com um um pouco de ajuda, os cotistas chegarão ao final do curso no mesmo nível", afirma Ferraz.

Por "um pouco de ajuda", a universidade entende que precisa oferecer acesso ao computador e a uma bolsa de estudos. Tais conclusões foram feitas com base nos questionários socioeconômicos, respondidos pelos vestibulandos. Dos ingressantes cotistas, 62,1% afirmaram ter computador e 48,3% disseram ter acesso à internet em casa. As porcentagens dos matriculados não-cotistas são 93,3% e 88,6%, respectivamente.

Além disso, a renda familiar média mensal dos cotistas foi de R$ 1.800, ante R$ 4.000 dos não-cotistas. "O que chama a atenção é que, mesmo tão diferentes nesse aspecto [socioeconômico], os cotistas têm desempenho parecido", afirma Ferraz.

A Unifesp aumentou em 10% o número de vagas de cada curso para que fossem destinadas a alunos que cursaram o ensino médio na rede pública e que comprovassem, por meio de documentos oficiais, serem índio ou afrodescendente. Os três aprovados que se declararam índios não conseguiram comprovar tal afirmação e não puderam se matricular.

No total, a instituição ofereceu 300 vagas. Para avaliar o desempenho no vestibular, foram considerados os resultados de medicina e de enfermagem -carreiras com o maior número de vagas.

Reforma universitária
Ferraz diz que a proposta de reforma universitária do governo federal está baseada em "achismo" -o anteprojeto prevê reserva de 50% das vagas das instituições federais para alunos do ensino médio público, destinando ainda uma porcentagem fixa para afrodescendentes e índios.

"Chegamos aos 10% após três anos de estudos. Qual a base científica para se determinar 50%?", questiona. Segundo ele, se metade das vagas forem destinadas às cotas, o desempenho dos beneficiados não deverá ser parecido com o dos não-cotistas, o que pode prejudicar a qualidade de ensino.

Tal opinião não é compartilhada pelo frei Davi Santos, coordenador da Educafro, ONG que realiza pré-vestibulares para alunos negros e carentes. "A ação afirmativa não é para beneficiar os parecidos, mas sim os excluídos."

Segundo ele, mesmo que sejam aprovados alunos com notas baixas no vestibular, a qualidade de ensino não cairá. "Se você der ao pobre condições iguais, como professores e aulas, ele se sobressai à classe média."

http://www.universiabrasil.net/portada/actualidad/noticia_actualidad.jsp?noticia=92481

Folha de S.Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader