UNESP estuda a língua falada do interior paulista |
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Publicado pelo UniversiaBrasil 11/04/2005 |
Desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Gramática Funcional (GPGF) do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce/UNESP), campus de São José do Rio Preto, o Projeto Alip (Amostra Lingüística do Interior Paulista) propiciará material de estudo sobre o dialeto do interior paulista a pesquisadores, graduandos e pós-graduandos de universidades nacionais e internacionais.
Iniciativa inédita por constituir o primeiro banco de dados organizado com amostras da língua falada no interior do Estado de São Paulo, o projeto, após rigorosa coleta de dados, possibilitará a descrição e a caracterização lingüística do português falado na região de São José do Rio Preto, abrangendo sete municípios: Bady Bassitt, Cedral, Guapiaçu, Ipiguá, Mirassol, Onda Verde e São José do Rio Preto.
O objetivo principal do Alip, com coordenação e sub-coordenação, respectivamente, dos docentes Sebastião Carlos Leite Gonçalves e Luciani Ester Tenani, é a criação de um banco de dados anotado, constituído a partir da gravação de entrevistas com informantes com perfil social definido por quatro variáveis sociais: sexo/gênero, faixa etária (de 7 a 15 anos; de 16 a 25 anos; de 26 a 35 anos; de 36 a 55 anos; e idade superior a 55 anos); nível de escolaridade (1º ciclo do ensino fundamental; 2º ciclo do ensino fundamental; ensino médio; ensino superior) e renda familiar (até 5 salários mínimos; de 6 a 10 salários mínimos; de 11 a 24 salários mínimos; mais de 25 salários mínimos).
O intercruzamento dessas variáveis define um total de 152 informantes a serem gravados, distribuídos proporcionalmente ao número de habitantes de cada município. Além desse perfil, as pessoas selecionadas devem ser nascidas nas cidades onde o censo lingüístico será realizado ou devem residir nelas desde os cinco anos de idade.
Cada informante produzirá cinco tipos de textos orais diferentes: narrativa de exposição pessoal, narrativa recontada, relato de descrição, relato de opinião e relato de procedimento. A diversidade tipológica dos textos permite a observação de fenômenos específicos de linguagem, oferecendo, assim, ricos subsídios aos mais variados estudos.
A equipe técnica, composta atualmente por 15 alunos da graduação, vem recebendo treinamento técnico e metodológico para a execução do trabalho de campo e das transcrições ortográficas. Esse treinamento está sendo oferecido em forma de curso de extensão universitária, no qual são expostas e discutidas questões teórico-metodológicas e práticas.
Para a obtenção do vernáculo (enunciação oral sem preocupações formais), material básico para a análise sociolingüística, os entrevistadores conduzem a entrevista de forma descontraída e natural. As entrevistas coletadas são avaliadas por coordenadores de tarefas específicas, que observam a adequação do material (qualidade sonora, tipo de gênero solicitado, entre outras variáveis). Esse processo recebe o nome de validação.
Após a primeira validação, os dados são encaminhados para a transcrição ortográfica (registro gráfico do discurso falado), também supervisionada e validada por um coordenador, de acordo com critérios estabelecidos para a realização dessa tarefa. Já foram validados mais de 72 diálogos, ou seja, quase a metade do número previsto de informantes, o que mostra o envolvimento da comunidade com o censo lingüístico.
A equipe técnica tem encontrado dificuldades, por enquanto, na localização de alguns perfis sociais. "Existem variáveis sociais que se co-determinam, como, por exemplo, renda familiar e escolaridade: É difícil encontrar informantes com baixo grau de escolaridade e alta renda familiar, por exemplo, ou com alto grau de escolaridade e baixa renda familiar", afirma Carvalho
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