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Escolas devem conhecer melhor seus estudantes


Publicado pelo Aprendiz 05/05/2005

(Rodrigo Zavala)
Um dos fatos discursivos mais recorrentes ao se entrar em contato com a realidade escolar é a indisciplina do aluno, motivada por uma completa rejeição aos valores apresentados pela escola. Mais do que isso, há a constante e reiterada crítica do corpo docente aos estudantes, enquadrando-os como amorais, hedonistas (imediatistas) e à prática educacional e formativa.

Enquanto essas constatações ganham ares de verdade nua e crua do cotidiano escolar, principalmente quando relacionadas a instituições públicas, o desinteresse, os conflitos interpessoais e a violência continuam presentes na sala de aula. Resultado: fracasso escolar, destruição da auto-estima dos alunos e a sensação generalizada de incompetência por parte dos educadores.

Evitando abstracionismos, foram essas as constatações levantadas no debate "Juventude, Cotidiano e Escola", realizado hoje (04/05), durante as atividades do Simpósio Internacional do Adolescente. Com base nelas, especialistas convidados pela Faculdade de Educação (FE) da USP colocaram em xeque a relação entre alunos e professores, concluindo não apenas que ela deve ser melhorada, mas repensada pela própria pedagogia.

"A dissociação do jovem com o educador e, propriamente, com a educação não é nova. Existe até alegações clássicas, como a falta de sentido. O que devemos rever é como está colocada a experiência escolar e quem são esses jovens", alegou o professor Julio Groppa Aquino, especialista em psicologia da educação.

Em poucas palavras, o que ele explica é a completa ignorância da escola sobre o perfil de quem atende e de como esse jovem percebe seu papel dentro da instituição. "A idéia de cada aluno fará sua escola diferente é, em parte, um erro. Pois se coloca a subjetividade do aluno como pedra fundamental das vivências educativas", argumentou.

Ele dá como exemplo quatro perfis de estudantes, que os professores não percebem (por desinformação ou desinteresse): o diligente, que consegue perceber seu papel social como parte de sua subjetividade, mas acaba com uma educação prét-a-porter (pronto para entrar no vestibular); o medíocre, que vê a escola como uma obrigação, então "sobrevive" ao período sem se integrar; o vitimado, que só entende seu papel na escola, mas não consegue perceber isso de forma subjetiva e acaba sendo destruído pela segregação pedagógica; e o transgressor, que coloca em confronto seu papel na escola e suas próprias experiências, levando à indisciplina.

Concomitante a isso, existe uma abismal diferença entre o discurso e a prática das escola. Segundo o professor José Sérgio de Carvalho, da Faculdade de Educação da USP, se o problema é a rejeição aos valores sociais por parte dos alunos, o corpo docente deve rever sua prática e ver se existe alguma relação entre esse fato e o que se vê na educação .

Um exemplo bastante claro colocado pela socióloga Ana Paula Corti, a ONG Ação Educativa, é sua própria vivência ao realizar um estudo em escolas paulistanas. "A aula se dividia em duas partes: o professor copiando o conteúdo na lousa e, mais tarde, os alunos copiando em seus cadernos. Não há qualquer relação entre professor e aluno. Ficava a critério do aluno se propor ao trabalho ou não. Como você mais tarde vai exigir comprometimento do jovem?", questionou.

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=a9c2d1ac0af4701001d6747b27ec5b6b

Aprendiz

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