Publicado pelo Aprendiz 13/06/2005

(Mariana Gallo)
A falta de capacitação das pessoas com deficiência e a de preparação das empresas é o que mais prejudica a contratação dos deficientes. Para Guilherme Bara, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), tanto um quanto outro problema são culturais e terminam prejudicando o cumprimento da lei que determina que parte dos funcionários de um empresa seja de pessoas com deficiência.
"A maioria das empresas não se sente preparada ou capacitada para lidar com o deficiente e isso causa uma barreira cultural", disse ele ao participar do 1° Simpósio de Inclusão Profissional de Pessoas com Deficiência. Segundo ele, a melhor solução para mudar esta "cultura empresarial" é que se estimule o convívio dos empresários com portadores de deficiência através de oficinas e projetos. "Essa é a melhor arma contra o "pré-conceito": o conhecimento através do convívio social".
Para a representante da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Carmem Bueno, a capacitação dos deficientes deve ser dada pela empresa. "As empresas têm que investir no deficiente da mesma forma que ele investe num funcionário comum", disse para completar: "A empresa não estará fazendo filantropia mas sim investindo em qualidade profissional".
Na opinião de Bueno, quem contrata também tem que ser capacitado para não ver a pessoa com deficiência como incompetente ou incapaz. "O gerente de RH na hora da entrevista deve medir a capacidade do profissional e não se ele é deficiente físico ou não", argumentou.
Ela acha que as empresas devem adotar uma gestão de inclusão de diferenças em seus departamentos. Isto ajudaria no crescimento empresarial, no funcionamento da empresa e ainda permitiria o cumprimento da lei de cotas. "A empresa deve encarar o deficiente como um diferencial que irá ajudar a empresa a crescer", disse.

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