Como lidar com os jovens de hoje |
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Publicado pelo UniversiaBrasil 23/06/2005 |
Os valores importantes para a juventude atual diferem dos de 30 anos atrás. Saiba como os professores estão enfrentando essa situação
Recente pesquisa feita pela MTV brasileira, o Dossiê Universo Jovem, com participação de jovens de 15 a 30 anos das classes A, B e C de São Paulo, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre, apontou resultados significativos. Beleza virou de uma vez por todas um valor assumido, importante arma de conquista, e ganhou a atenção dos jovens: 37% definiram como principal característica de sua geração "ser vaidosa/preocupada demais com a aparência".
Além disso, 8% declararam que "certamente estariam dispostos a ser 25% menos inteligentes se pudessem ser 25% mais bonitos", e outros 7% declararam que "provavelmente abririam mão de 25% de sua inteligência em troca da mesma porcentagem em beleza".
As respostas dão uma idéia de como está o perfil da juventude brasileira atual. Não se pode generalizar, mas, de uma maneira geral, é possível avaliar os valores considerados importantes para os jovens. Estar na universidade é questão de status. Adquirir conhecimento está em segundo plano.
Mudança de público
Com este perfil de alunos diferentes do passado, como fica a relação aluno-professor? "Na verdade, a relação interpessoal é relativa, tem um limite. Acho que o mais importante é que se consiga motivar os alunos para que possam fazer as coisas pedidas e respeitar o professor. Hoje, o desafio é motivar o estudante para que ele acredite em tudo o que está acontecendo e não entenda o curso apenas como uma preparação para o mercado de trabalho", aponta o professor de Comunicação Social da São Marcos (Universidade São Marcos) e da USP (Universidade de São Paulo), Luiz Fernando Santoro.
Já a professora do mestrado em Educação da PUC-Minas, Maria Inez Salgado de Souza, acredita que há uma crise na relação entre professores e alunos em geral, no sistema público e no privado. "No Ensino Básico essas crises de relacionamento se refletem em atitudes mais agressivas, que chegam até uma situação-limite. Nos sistemas privados de ensino o aluno já é mais contido, mas mesmo assim eu acredito que há uma dificuldade de ordem diferente. Não é a questão do respeito, mas do valor que é atribuído ao professor", observa.
Os alunos de escolas privadas consideram o professor apenas uma ponta do sistema. Como não é visto como peça-chave, o estudante acha que não deve tanto respeito ao professor. Mas por outro lado, acha que o docente deve a ele várias obrigações. "No Ensino Superior há alguns conflitos em termos menores pelo fato do aluno já ser adulto e vir de outros momentos e segmentos que o educaram. Acredito que ao chegar na universidade há um fator de aumento da compreensão e empatia entre professor e aluno. Mas há casos também de conflitos, por exemplo, de aluno pedir para o professor ser mandado embora", explica Maria Inez.
Há 30 anos...
Antigamente, os valores de disciplina e respeito pelos professores, os "mestres", eram muito cultuados pela sociedade. O tratamento era na base do "senhor", "senhora" e não era admitido chamar um mestre por "você". De uma forma ou de outra, a relação entre alunos e professores era mais distante se compararmos aos dias de hoje. É claro que a maioria dos professores não se incomoda de ser chamada por "você". O grande problema hoje é o desrespeito que essa informalidade pode ter acarretado.
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