Publicado pelo O Estado de S.Paulo 28/06/2005

Oxidação começa a corroer as figuras do exército de terracota descoberto em Xian, exibido em São Paulo em 2003
O exército de terracota do primeiro imperador da China enterrado em Xian, uma das maiores descobertas arqueológicas do mundo, está ameaçado pela contaminação do ar, que pode destruir os milhares de peças de 2.200 anos, algumas das quais integraram a mostra Os Guerreiros de Xian e os Tesouros da Cidade Perdida, exibida em 2003, na Oca, no Parque do Ibirapuera.
Centenas de figuras de terracota, que foram desenterradas progressivamente nas últimas três décadas, começaram a perder as cores com a oxidação causada por sua exposição ao ar livre, informou o jornal South China Morning Post, de Hong Kong.
"Se não se fizer nada imediatamente, em cem anos os guerreiros estarão tão danificados que as fossas (onde eles foram descobertos) parecerão minas de carvão e perderão o valor estético", afirmou Cao Junji, diretor de pesquisas do Instituto do Meio Ambiente da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
As partículas ácidas suspensas no ar deterioraram a superfície das estátuas e as cobrem com uma fina camada de poeira. Essas partículas também debilitam o gesso que dá segurança às obras. "Se uma perna ou um ombro se desprenderem, toda a figura estará danificada", segundo o especialista.
"O museu (onde as peças estão) tem técnicos e instrumentos para observar o meio ambiente, mas carece de especialistas", disse Cao, que lançou uma iniciativa para conservar as estátuas com laboratórios de Hong Kong e Estados Unidos. "A contaminação atmosférica é uma doença que afeta o patrimônio cultural. Não podemos eliminá-la, mas podemos diminuir sua gravidade."

http://txt.estado.com.br/editorias/2005/06/28/ger004.html

AFP

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