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Alunos incorporam linguagem da Internet


Publicado pela Agência USP de Notícias 30/06/2005

(Julio Bernardes)
Há quatro anos, a professora Cássia Panizza Batista entrou numa sala de aula de ensino médio em Osasco e apanhou no chão um bilhete, desses que os alunos trocam em segredo nas aulas. Sem querer, levou-o para casa e ficou surpresa com o que leu: frases curtas, abreviações, ícones, uma linguagem semelhante aos bate-papos no computador (chats). Cássia se interessou pelo estilo dos bilhetes e os analisou em sua dissertação de mestrado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Conversando com um grupo de alunas do 2º ano do ensino médio de um colégio particular em Osasco, Cássia teve acesso a 38 bilhetes trocados entre elas, dos quais 13 foram estudados no trabalho. "Ao mesmo tempo, foram aplicados 40 questionários entre os estudantes, com idade entre 15 e 16 anos, para verificar o acesso ao computador e sua utilização, especialmente os programas e sites de bate-papo, como o ICQ", conta.

Ao analisar os bilhetes, Cássia verificou uma grande proximidade dos textos com a língua falada. "A linguagem usada é informal, há um grande uso de abreviaturas e ícones (emoticons) e as perguntas e respostas são curtas, como nos chats, mas também muito parecidas com a linguagem oral", explica. "Os alunos tomaram de empréstimo o vocabulário da internet para se comunicar num grupo fechado, através dos bilhetes."

Escrita
Através dos questionários e entrevistas com professores, a pesquisadora procurou saber se a linguagem dos bate-papos virtuais aparecia em outros tipos de texto. "As abreviaturas e ícones costumam aparecer em anotações de aulas e redações", aponta. "Os alunos disseram que usaram esses termos por descuido, o qual teria sido causado pelo tempo que ficam na frente do computador."

Segundo Cássia, 85% dos alunos pesquisados tem acesso ao computador em casa, além de fazerem pesquisas nos micros da escola. "Entre os estudantes, 52% disseram usar computador todos dias, durante pelo menos duas horas". "O uso para pesquisa escolar chegou a 90%, enquanto 55% utilizam os sistemas de bate-papo, 40% para divertimento e apenas 15% digitam trabalhos de escola."

A professora ressalta que é desnecessária a preocupação com uma possível substituição da escrita tradicional pela dos chats. "O fundamental é que a escola oriente os alunos quanto aos usos dos diferentes gêneros textuais e que considere que o computador já faz parte da sala de aula, assim como o giz e o apagador", diz.

De acordo com Cássia, os bilhetes são uma forma mais descontraída de comunicação, com elementos de oralidade. "Na pesquisa, os alunos mostraram que estão conscientes de que devem usar termos mais formais em outros contextos, como em alguns e-mails", conclui.

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Agência USP de Notícias

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