Sonda da Nasa lança projétil contra cometa |
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Publicado pelo O Estado de S.Paulo 04/07/2005 |
A sonda espacial Deep Impact (Impacto Profundo) lançou na madrugada de ontem o projétil kamikaze na direção do cometa Tempel 1, a mais de 130 milhões de quilômetros da Terra. Se os cientistas obtiverem sucesso, eles deverão colidir às 02h52 de Brasília, registrando a primeira operação do tipo da história da exploração espacial e trazendo mais informações para o homem sobre a formação do universo. De acordo com técnicos da Nasa, o lançamento ocorreu no horário previsto, às 03h57 no Brasil, e até a noite de ontem seguia seu curso determinado. A colisão, que custará US$ 333 milhões, deverá provocar uma cratera do tamanho de um campo de futebol no núcleo do cometa, lançando no espaço toneladas de partículas. De acordo com a agência espacial americana, poderia ser vista com telescópios simples ou a olho nu em alguns lugares do hemisfério norte. Os efeitos do choque seriam observados e filmados por câmeras e outros instrumentos de medição transportados pela sonda, que poderão analisar o impacto a uma distância de aproximadamente 500 quilômetros. A colisão também seria acompanhada por mais de 30 observatórios de todo o mundo, entre eles os telescópios do Observatório do Sul Europeu (ESO), no norte do Chile, e os telescópios espaciais Hubble, Chandra e Spitzer. "É como uma bala que sai de uma arma para se chocar com outra bala, junto a uma terceira, no lugar e no momento certo", explicou Rick Grammierk, chefe do projeto, em uma entrevista no Laboratório de Propulsão da Nasa, em Pasadena, Califórnia. "O experimento todo é muito perigoso e as últimas 24 horas do projeto, depois do lançamento, ocorrerão sem nenhuma intervenção humana." Com o risco, os cientistas esperam descobrir mais sobre os segredos do sistema solar, uma vez que acredita-se que o material gerado na formação do universo ainda está presente na composição de cometas. Além disso, para alguns pesquisadores, esses corpos celestes podem trazer moléculas orgânicas, responsáveis químicos da vida na Terra. "A tradição da Nasa é investigar e descobrir como se formou o sistema solar, como vai evoluir e se há vida em outras partes do universo", afirmou Andy Dantzler, da divisão Sistema Solar da agência. "Os cometas são os corpos celestes mais antigos do sistema solar e carregam a informação para responder a grande dessas perguntas."
http://txt.estado.com.br/editorias/2005/07/04/ger002.html
AFP
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