Publicado pelo Aprendiz 11/07/2005

(Rodrigo Zavala)

Não é incomum no Brasil ver que alguns museus de ciência têm elaborado materiais pedagógicos para professores, sejam eles da rede pública, sejam da rede privada. A Estação Ciência, em São Paulo, é um dos exemplos mais bem elaborados dessa prática, que coopera não apenas para a formação do professor, mas também diretamente para uma melhor prática educativa por parte dos alunos.
No entanto, segundo Maria Isabel Orellana, diretora do Museu Pedagógico do Chile, essas iniciativas não são suficientes para suprir as carências educacionais de escola, principalmente quando se trata de escolas públicas. "Elas devem ser vistas como instituições de educação paralelas. Que podem possibilitar uma vivência em ciências que não se encontra na escola", acredita.
Em entrevista exclusiva ao Aprendiz, durante as atividades do ESI 2005, ela discutiu a nova reforma educacional promovida pelo atual governo de seu país. Embora, seja otimista em relação aos propósitos de tal mudança, ela é reticente quando o assunto é a mudança da prática. "Não sabemos o que vai dar. O que se pode dizer é que deram bastante importância ao ensino de ciências e tecnologia, o que, de cara, já é um bom começo.
Desta forma, o papel dos museus de ciência de seu país acenderam as luzes vermelhas e tiveram que apresentar propostas mais efetivas de trabalho em conjunto com as escolas. Nesse sentido, os materiais criados para ajudar professores e alunos a entenderem as mostras e exposições tornaram-se apenas o primeiro passo de uma série de medidas mais engenhosas.
Segundo ela, o apelo é que essas instituições entrem no cotidiano escolar. "Não será mais o aluno que irá ao museu. O museu é que romperá o muro da escola e entrará na sala de aula". Nesse sentido, criam-se espaços de experimentação científica nas escolas com o apoio de especialistas. "O professor, porém, devera assumir uma postura mais protagonista, tal como o aluno".
Embora os projetos tenham essa característica, o espaço do museu também continua de vital importância. "Um museu é uma instituição portadora de sentidos e identidade, onde a aprendizagem se dá de forma natural. O visitante é o protagonista principal de sua própria aprendizagem", acredita.

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