Aqui, maior interesse é de clube e não de escola |
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Publicado pelo O Estado de S.Paulo 08/08/2005 |
(Renata Cafardo)
São poucas as universidades brasileiras que oferecem bolsas de estudo para alunos que jogam em suas equipes esportivas. É um reflexo de anos de desprestígio dos jogos universitários brasileiros e do desligamento entre esporte e educação no País.
"Aqui, infelizmente alto rendimento não combina com estudo. O atleta vai direto para o clube e deixa de estudar", diz o diretor-geral de Esportes da Universidade Paulista (Unip), Roberto Toledo. A instituição é uma das exceções, com 400 atletas bolsistas.
O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz Filho, no entanto, é um entusiasta da valorização do esporte estudantil e universitário. Foi um dos autores da Lei Agnelo/Piva, aprovada em 2001, que destina 2% da arrecadação das loterias federais aos comitês olímpicos e paraolímpicos. Dessa parcela, 5% devem ser destinados ao desporto universitário.
Com esses recursos, neste ano, o ministério conseguiu remodelar as Olimpíadas Universitárias. Realizadas em junho, no Recife, reuniu cerca de 2,8 mil alunos de 192 universidades públicas e privadas em oito modalidades: xadrez, judô, natação, atletismo, basquete, futsal, handebol e vôlei. Pela primeira vez, a competição foi também organizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Um parceria com a TV Globo garantiu transmissão em canais a cabo.
"Queremos que as universidades aqui ofereçam bolsas a atletas para poderem se sair bem nesses jogos. Se investirem no esporte, haverá um retorno humano para o País e elas ganharão em marketing, em prestígio", diz o ministro.
Marcos Paulo dos Santos, de 29 anos, nunca tinha pensado em cursar uma faculdade, até receber uma oferta de bolsa da Universidade Metodista. Ele é goleiro da seleção brasileira de handebol e estuda Educação Física. "Tinha parado de estudar, mas fiz supletivo e passei no vestibular", conta. Santos hoje já sonha com a pós-graduação e diz que pretende ser professor universitário.
http://txt.estado.com.br/editorias/2005/08/08/ger008.html
O Estado de S.Paulo
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