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Universidade federal cria curso sem matéria


Publicado pela Folha Online 08/08/2005

(FÁBIO TAKAHASHI)
Uma das principais universidades do país, a Unifesp criou cursos com uma proposta inédita, em que não haverá disciplinas. No lugar delas serão aplicados quatro blocos de ensino. O projeto será implementado no novo campus da instituição federal, em Santos (litoral sul de São Paulo).

Um curso tradicional de fisioterapia tem cerca de 40 matérias. No currículo da Unifesp, as disciplinas foram unidas, formando quatro blocos, os eixos.

Com isso, as discussões serão temáticas. Por exemplo, no bloco de enfoque social, a aula pode abordar questões de filosofia. A aula seguinte pode ser do grupo de conteúdo prático, com um fisioterapeuta. Mas a Unifesp ainda vai definir a divisão de temas.

A lógica será a mesma para os outros cursos oferecidos --educação física, terapia ocupacional, nutrição e psicologia. As carreiras começarão a funcionar em 2006.

A intenção é que as matérias tradicionais se complementem. As discussões sempre envolverão conhecimentos em mais de uma área --em decorrência disso, algumas aulas poderão ser dadas por mais de um professor.

Os blocos de ensino foram divididos assim: o primeiro abordará questões biológicas, como genética e anatomia; o segundo, questões sociais, como antropologia e psicologia; o terceiro, a forma de trabalho em uma equipe com diferentes profissionais de saúde; e o quarto focará as atividades específicas de cada um dos cursos.

Os eixos temáticos permanecerão os mesmos até o final do curso. O que mudará será a distribuição da carga entre eles, aumentando gradativamente o quarto bloco, que foca cada carreira --é este que atenderá às exigências mínimas da legislação vigente.

Soluções

Com o formato, a Unifesp pretende sanar problemas que ela identificou em cursos tradicionais, como a falta de conexão entre as disciplinas e a concentração de matérias básicas no começo do programa, separando-as dos conhecimentos práticos. Nos cursos de saúde, a instituição detectou uma outra dificuldade: a prioridade na questão biológica, deixando de ver os problemas de forma global --por isso o eixo social.

Comissões com especialistas da Unifesp trabalharam durante um ano e meio na elaboração do currículo. "Em um primeiro momento, a proposta assustou aqui", disse o diretor acadêmico do novo campus, Nildo Alves Batista, sobre os conselhos que definem as ações da instituição.

Segundo Batista, o modelo não foi inspirado em nenhuma outra universidade. "Pegamos apenas alguns conceitos", afirmou ele, que dirige o Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde da Unifesp.

"Essa interdisciplinaridade é uma tendência", diz Sonia Penin, pró-reitora de graduação da USP (Universidade de São Paulo). "A proposta é excelente. Precisamos buscar alternativas como essa."

"É uma proposta inovadora. Depois, é preciso um estudo dos seus resultados", afirma Antônio Chizzotti, professor da pós-graduação em currículo da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo. "O ensino de uma forma progressiva, sistemática, vem sendo atacado."

Já para o vestibulando de fisioterapia Pedro Henrique Safaki, 19, a nova fórmula gerou insegurança. "Gostaria que fosse mais voltado para a minha carreira", afirmou. "Mas não me assusta não. Vou prestar para esse curso."

O vestibular para os cursos da Baixada Santista será o mesmo do campus da capital. As inscrições começam em 19 de setembro. Como na seleção para este ano, 10% das vagas serão reservadas a negros, pardos ou indígenas provenientes do ensino médio público.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u17669.shtml

Folha Online

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