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Casa nova para a arte do Aleijadinho


Publicado pelo O Estado de S.Paulo 19/08/2005

MinC escolhe projeto do arquiteto mineiro Gustavo Penna para museu de referência do barroco, em Congonhas

(Jotabê Medeiros)
Quase dois séculos após a morte do maior gênio do barroco brasileiro, o escultor Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), está prestes a ganhar um museu exclusivo. Resultado de um concurso nacional de arquitetura apontou, na semana passada, o escritório mineiro Gustavo Penna, sediado em Belo Horizonte, com o projeto vencedor para a construção do Museu Aleijadinho, em Congonhas (MG).
Penna, um dos autores do projeto da Academia Mineira de Letras, entrou no concurso por meio de edital público, no primeiro semestre. O resultado saiu em junho e foi anunciado pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, na quinta-feira, dia 11. O novo museu, com 7 mil metros quadrados de área, deverá ser construído ao lado da Basílica do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas.

O plano de se construir um museu no mais importante sítio escultórico do Aleijadinho surgiu logo no início da gestão Gil no MinC, em 2003. Foi orçado inicialmente em R$ 8 milhões (R$ 3 milhões foram assegurados com patrocínios da Açominas e do Banco Real) e chegou a ser cogitado o nome do português Álvaro Siza como o autor do projeto, mas o andar da máquina burocrática governamental é lento.

Segundo o arquiteto Gustavo Penna, o ponto-chave de seu projeto selecionado é a tentativa de interligar o Santuário, onde estão as peças sacras do Aleijadinho, com a sua função sacra, que é abrigar as romarias. "Em vez de apresentar um museu só como uma ode às artes, nós tentamos celebrá-lo também como lugar dos romeiros. Foi para eles que foi construído o santuário e foram eles que o legitimaram", disse Penna.

O museu não abrigará os Profetas de Pedra do escultor, como foi especulado inicialmente. "Os profetas vão continuar onde estão, com um tratamento adequado dos fungos que aderiram à rocha", disse o arquiteto. Cogitou-se em removê-los para dentro do novo edifício e de se colocarem réplicas em seus lugares. "Às vezes, quando a gente coloca uma réplica, a gente mascara a realidade. O visitante apaixona-se por algo que não é real", ponderou Penna.

O museu, com recursos digitais e multimídia, vai buscar outra direção, tornando-se um centro de referência sobre as obras barrocas - e, por extensão, para todo o patrimônio brasileiro. No caso específico dos profetas, pretende propiciar ao visitante uma série de aulas sobre os trabalhos. "Os profetas têm atitudes, têm posturas. O visitante terá uma série de aulas nas quais todas as suas dimensões serão expostas, tanto a dimensão estética quanto a de culto e a política", afirmou Penna.

O edifício, construído em terreno com declive na frente da igreja de Bom Jesus de Matosinhos, projeta-se como uma extensão do trajeto da romaria, que começa nas 12 esculturas de pedra da praça e vai até a Rua das Palmeiras. "Não é uma medida invasora, mas estabelece quase uma harmonia", considera o arquiteto. Além do Centro de Estudos do Barroco e da Pedra, o museu terá um acervo de ex-votos e um Centro de Arte Contemporânea.

Gustavo Penna diz crer que a construção do museu fará com que o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos saia do "obscurantismo" e ganhe o destaque que merece na arte do País. "Se você descer as Américas, vindo do Norte, e passar por tudo até o extremo Sul, não verá um conjunto escultórico dessa dimensão, e com a força expressiva do Aleijadinho", considera.

Segundo ele, a afirmação dessa arte mostra que houve, no período colonial, grande autonomia intelectual em Minas Gerais, um movimento intelectual genuinamente brasileiro. Essa autonomia esteve representado por diversos ramos culturais: na literatura (com Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa), na pintura (Mestre Athayde e Mestre Piranga) e na escultura (Aleijadinho)

http://txt.estado.com.br/editorias/2005/08/19/cad019.html

O Estado de S.Paulo

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