Consulta nacional contra violência infantil |
|
|
Publicado pelo Aprendiz 25/08/2005 |
(Rodrigo Zavala )
Em um país onde mais de 58% das crianças e adolescentes de 10 a 17 anos morrem todos os anos vítimas da violência, uma campanha nacional de conscientização não é suficiente para amenizar o problema. Conscientes de que não se trata apenas de uma questão legislativa, representantes da sociedade civil, do governo brasileiro e de entidades internacionais se reúnem em São Paulo para criar plataforma de enfrentamento, que unirá esforços articulados para combater a violência contra essa população.
Liderada pelo Unicef, a Consulta Nacional sobre Violência Contra a Criança e o Adolescente, que ocorre entre os dias 23 e 25 de agosto, no Memorial da América Latina, na capital Paulista, é um dos mais importantes pólos de discussão e apontamento de políticas públicas para enfrentar o problema. "Estamos unidos pela preocupação que cada criança cresça sem violência. Não podemos mais admitir que o Brasil tenha baixado a taxa de mortalidade infantil por doenças, mas ainda deixe milhares morrerem vítimas dos mais variados crimes", explica a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier.
Um dos termômetros que demonstram a importância do evento é a participação das mais importantes instituições internacionais na preparação das propostas. Trabalhando de forma integrada nos grupos de discussão estão, além da Unicef, representantes da ONU (Organização das Nações Unidas), da OIT (Organização Internacional do Trabalho), do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), do Unifem (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) e da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Em âmbito nacional, a responsabilidade - uma das palavras de ordem do evento - dos trabalhos cabe aos ministérios da Justiça, Saúde e Educação, à Frente Parlamentar pelos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, o Conanda, além de núcleos de pesquisa de universidades, fundações e instituições do Terceiro Setor. "Propostas levadas por esforço da sociedade civil são mais consistentes do que aquelas criadas pelos parlamentares", afirmou o Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Soares Dulci, durante a abertura do evento.
As dinâmicas para os trabalhos foram divididas em oito temas centrais, em que se discutirão as faces mais perversas da violência, que afeta crianças e adolescentes: seja ela doméstica, institucional, comunitária, sexual, racial e étnica, ou no trabalho, na escola e na mídia. "A violência não se conhece por meio de pesquisas ou da mídia, mas de nossa vivência. Temos que defender ações em que sejamos autores e atores de políticas", observou Beatriz Caetano, representante do segmento jovem do evento, abrindo as atividades da Consulta.
O evento integra o conjunto das ações nacionais de mobilização para o tema da Violência contra a criança e o adolescente que estão sendo executadas no contexto da preparação do Estudo Mundial sobre Violência, liderado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan. Esse estudo é uma análise mundial sobre violência que se baseia em pesquisas e informações relevantes já existentes sobre as formas, causas e impacto da violência que afeta a população infanto-juvenil.
O objetivo do estudo é promover ações que impeçam e eliminem a violência contra essa população em nível internacional, regional, nacional e local.
http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=e9e02e1d0af470100172245603e15618
Aprendiz
Para mais informações clique em AJUDA no menu.
|