Publicado pelo Aprendiz 30/08/2005

(Marina Rosenfeld)
Durante três dias, 50 cidadãos de todas as regiões do país ficaram reclusos num instituto, em São Paulo, para refletir sobre o Brasil do futuro. Homens e mulheres de todas as raças, níveis sociais, escolaridade, deficiências, religiões e faixas etárias discutiram temas como educação, ambiente, política, trabalho, exclusão social e religião.
O DNA Brasil Real teve a intenção de dar voz aos brasileiros "reais" que, geralmente, são pouco ouvidos pela sociedade, mas que traduzem a divisão regional e sócio-econômica do país. Cada um dos 50 cidadãos que participaram do evento tem envolvimento com trabalhos comunitários e o compromisso individual de ajudar a construir um país melhor.
O evento faz parte do "DNA Brasil - 50 brasileiros param para pensar a vocação do país" realizado pela primeira vez no ano passado. Na época, 50 personalidades se reuniram para pensar o país estrategicamente. Esse primeiro grupo era composto por intelectuais, artistas, cientistas, economistas, antropólogos, religiosos, psicanalistas, historiadores e médicos.
Com base no encontro realizado em 2004, o DNA Brasil Real tentou levantar índices de referência para um país melhor assim como foi feito com os intelectuais. "Neste encontro poderemos comparar o Brasil dos intelectuais, discutido no evento do ano passado, com o Brasil profundo, aquele vivenciado pela população. Certamente descobriremos óticas diferentes e teremos a oportunidade de estudar onde estas diferenças são mais gritantes", diz Caio Túlio Costa, diretor geral do evento.
A imersão do primeiro grupo, em 2004, apontou que o Brasil ainda não chegou nem na metade do caminho que se gostaria de estar em 25 anos. O índice levantado pelos intelectuais revelou que o país precisa melhorar 53,2% para chegar na situação atual de países como a Espanha, por exemplo.
"A diferença do Brasil para a Espanha é de 46,8%", disse Pedro Luiz Barros Silva, coordenador do Núcleo de Políticas Públicas da Unicamp (NEPP), responsável pelo desenvolvimento do Índice DNA Brasil. "Esse é o percentual que separa o Brasil que somos do Brasil que gostaríamos de ser em 25 anos, em termos econômicos, sociais, ambientais e políticos", explica Costa.
Em outubro desse ano, acontece novamente o DNA Brasil composto por intelectuais

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