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Mídia contribui para discriminação


Publicado pelo Aprendiz 30/08/2005

(Cassia Gisele Ribeiro )
Hédio Silva, da Secretaria de Justiça de São Paulo e Jacqueline Pintanguy, da ONG Cepia (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação), do Rio de Janeiro, abordam a questão da discriminação e da violência contra dois públicos que geralmente são vítimas desse tipo de crime: as mulheres e os negros. Ainda que falem sobre públicos diferentes, os especialistas percebem muitos pontos em comum em seus discursos.
O principal deles é a ineficiência da mídia ao abordar temas relacionados aos negros e às mulheres. "A mídia evoluiu menos que o restante da sociedade na questão, e isso é perigoso porque ela forma opiniões", afirma Jacqueline. Segundo ela, a mídia retrata a mulher como um objeto sexual que deve ser belo e perfeito para agradar ao público masculino.
"Os comerciais e programas voltados ao público masculino quase sempre usam a mulher como uma espécie de prêmio. Já nas novelas e programas femininos, elas surgem como perfeitas quando são jovens, batalhadoras, apaixonadas, e, no fundo, só querem mesmo um homem para se casar", conta Jacqueline.
O secretário afirma que no caso do preconceito racial a história se repete. "Nos filmes e novelas os negros aparecem como vítima de preconceito, mas também como bandidos. Identificá-lo como cidadão comum é difícil". O secretário fala também sobre os processos sofridos pela Rede Record e pela Rede Vida, acusadas de racismo por produzirem programas que mostram pessoas que afirmam ter tido "as vidas destruídas" pelos adeptos de religiões afro-brasileiras.
"É impensável, que nos dias de hoje, corramos o risco de ligar a televisão em um canal aberto e vejamos alguém colocando a culpa dos problemas humanos em adeptos de uma determinada religião. Além de ser uma acusação, no mínimo absurda, provoca ainda mais racismo no país".
Para Hédio Silva, todos os campos da sociedade devem se unir para quebrar esses e outros tipos de preconceito. "O preconceito racial é o grande responsável pela violência contra os negros". O secretário destaca que os policiais, por exemplo, são um grupo que ainda trabalha movido pelo preconceito. "É preciso que o Estado dê conta de suprir essa questão". Ele elogia ainda o programa de combate ao racismo na polícia, que acontece nas academias de polícia paulistas.
Já para a Jacqueline, a situação da mulher no país tem sofrido grandes mudanças, mas faltam muitas questões para serem resolvidas. Ela conta que a Cepia realizou um concurso, no ano passado, que analisou livros didáticos e premiaria os três considerados menos preconceituosos. "Entregamos apenas um prêmio porque apenas um livro foi considerado aceitável", conta.
A militante conta ainda que a questão da violência contra a mulher avançou muito pouco com relação a busca de soluções e a legislação. "Até hoje quando uma mulher sofre denúncias de abuso sexual, ela tem que provar a todos que não seduziu a vítima", afirma. "Isso ainda acontece porque temos uma legislação discriminatória e cheia de brechas", acredita.

http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=03ad079b0af4701001e78c96507a7a09

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