Publicado pelo Aprendiz 09/09/2005

(Rodrigo Zavala)
Um dos sinais mais evidentes que a transdisciplinariedade não é apenas um complexo devaneio acadêmico é o trabalho que escolas começam a fazer em suas comunidades. Acredita a coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ivani Fazenda, que participa do II Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, que acontece em Vila Velha (ES).
"O significado da transdisciplinaridade está na recuperação de valores existenciais, em que cada um de nós deve entender que é um ser incluído em uma existência multidimensional, evolvendo família, história pessoal, meio, etc", afirma.
A educadora acredita que preparando os professores para trabalhar questões subjetivas, em que se valorize tanto o interior quanto o exterior, eles farão automaticamente o mesmo trabalho com seus alunos. "É o resgate da identidade de cada um. Quando se abre essa porta, ele entenderá que faz parte de uma rua, de um bairro, de uma cidade, de um país", complementa.
Quando se fala de projetos educativos envolvendo diversos atores sociais, principalmente a comunidade, o corpo docente e os estudantes, portanto, devem entender que a capacidade formativa dessas ações perpassa os conceitos transdisciplinares. "Esses trabalhos aceleram a preparação dos professores para uma nova forma de conhecimento e transmissão de conteúdo. Mais do que o conteúdo curricular, eles devem se preocupar com os valores", explica.
Para a especialista, o país está polvilhado dessas ações e o Congresso Nacional terá a responsabilidade de aglutinar essas diferentes experiências "para mostrar que o Brasil está na vanguarda dessas discussões, ao lado da França". "Vamos criar uma Bossa Nova que possa ser cantada no mundo inteiro", brinca Ivani Fazenda.

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