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País terá graduação para assentados


Publicado pelo O Estado de S.Paulo 15/09/2005

Fundação e Incra criam no ABC o 1. curso superior para gestão de assentamentos, com base para administração de cooperativas
(Renata Cafardo)
Começa em novembro o primeiro curso superior para gestão de assentamentos do País. A maioria dos 60 alunos é integrante do Movimento dos Sem-Terra (MST). A graduação, com duração de quatro anos, será oferecida pelo Centro Universitário Fundação Santo André, uma instituição municipal da região do ABC com tradição na área de Administração e Economia. As aulas serão gratuitas para os alunos - bancadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e pela fundação - e dadas no período de férias dos outros estudantes.
A base curricular do curso é a administração de cooperativas, forma incentivada pelo governo para a organização dos assentamentos. Só foram selecionados assentados ou filhos de assentados e não moradores de acampamentos. Os MST indicou alguns dos alunos, que virão de 23 Estados. Todos precisavam ter ensino médio completo e foram submetidos a uma prova de classificação na fundação. Não houve reprovação de nenhum indicado.
Durante o período de aulas, que serão integrais e intensivas, os alunos vão morar em alojamentos da instituição e receberão alimentação. "Reforma agrária significa assentar e também capacitar o indivíduo para o seu processo produtivo", diz o superintendente do Incra em São Paulo, Raimundo Silva. Por meio do Programa Nacional de Educação em Reforma Agrária (Pronera), a entidade oferecerá R$ 864 mil para as despesas com o curso. A fundação entra com cerca de R$ 150 mil.
Um dos professores será o próprio reitor da fundação, Odair Bermelho, que dará aulas de português. Para ele, o curso - chamado de Bacharelado em Gestão de Organizações Sociais e Cooperativas - é uma maneira de resgatar a cidadania dos assentados. O currículo tem ainda disciplinas de contabilidade, inglês, direito, informática, meio ambiente, questões agrárias e história dos movimentos sociais. Outro parceiro do projeto é a Escola Florestan Fernandes, que oferece cursos em nível técnico para assentados.
Eli César Galvão de Lima, de 30 anos, diz que será o primeiro do assentamento a ter ensino superior. Ele foi um dos escolhidos para cursar a graduação em Santo André e vive na Fazenda Pirituba, região de Itapeva, no interior do Estado, com outras cerca de 300 famílias. "Temos muitos problemas para comercialização dos nosso produtos, que precisam sempre passar por atravessadores para chegar ao consumidor final", diz. Ele pretende ganhar noções contábeis e de gestão da cooperativa que se mantém com plantações de feijão, milho e produção de leite.
"Acho que vou poder ajudar minha mãe e os outros assentados", diz Ana Paula Botelho Lima, de 25 anos, outra futura aluna do curso. A mãe planta arroz, feijão e milho em um assentamento na região de Ribeirão Preto, onde ela viveu também por três anos. Hoje, trabalha em um escritório do MST em Campinas e diz que foi o movimento que a indicou para a universidade. Segundo o Incra, o País tem hoje cerca de 700 mil famílias assentadas.
A entidade tem atualmente outros convênios com universidades, mas que apenas prevêem vagas para assentados em cursos já existentes. As aulas na fundação ocorrerão sempre em novembro, dezembro, janeiro e julho, representando um ano letivo. A fundação pretende abrir pós-graduação na área futuramente.
Para oferecer o curso não foi preciso pedir autorização do Ministério da Educação (MEC) porque centros universitários têm autonomia. É preciso apenas ingressar com pedido de reconhecimento para que o diploma seja válido.

http://txt.estado.com.br/editorias/2005/09/15/ger001.html

O Estado de S.Paulo

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