Desenho animado resgata cidadania |
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Publicado pelo Aprendiz 27/09/2005 |
(Fernanda Murachovsky)
"O que vocês querem falar para o mundo?". É com essa pergunta que se inicia a oficina do projeto Carta Animada pela Paz, da MultiRio, em que crianças de escolas públicas municipais do Rio de Janeiro produzem um filme de três minutos. Auxiliados por profissionais, os alunos de regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) são responsáveis desde o roteiro até a sonorização do curta-metragem, que trata de questões relacionadas à violência contra crianças.
De acordo com a diretora do projeto, Patrícia Alves Dias, o desenho animado é um modo de promoção da cidadania, escutando o que a criança quer dizer e contribuindo para sua auto-estima. "O desenho dá força e poder, mostra que ela também tem o direito de falar por meio de um instrumento que é uma mídia de qualidade, reconhecida mundialmente. Essa iniciativa da prefeitura dá voz e espaço aos alunos de passar uma mensagem. É o poder público colocando a criança como cidadã".
Com a veiculação dos filmes na TV, em festivais e nas escolas do Rio, ela acredita que ocorre uma mudança no olhar da sociedade. "Há a promoção do diálogo entre a infância, a juventude e o adulto, que acontece pela revelação dessas crianças".
O projeto já chegou a comunidades como Jacarezinho, Santo Cristo, Dona Marta, Vila Alemão e Cidade de Deus e, em cada uma delas, tratou de temas diferentes, como tráfico e o papel da escola, gravidez e conflitos familiares, entre outros. O mais recente foi realizado na Vila Cruzeiro e consiste em uma denúncia da falta de arte na comunidade. Nele, as crianças contam a história tendo como fio condutor um rap, criado por elas próprias.
O curta produzido na comunidade de Jacarezinho ("Paz no Jacarezinho") foi premiado na categoria "melhor filme feito por crianças" no Festival Internacional de Cinema e Animação de Ottawa (Canadá), em 2003. Além disso, o projeto foi considerado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) como "melhor prática para crianças na América Latina" na categoria audiovisual/multimídia nas escolas.
Existe ainda outro projeto desenvolvido pela MultiRio. É o chamado "Juro que vi", que começou no ano de 2002 e que produz seriados sobre a realidade brasileira. Neste, as crianças são responsáveis pela parte conceitual do trabalho.
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