Publicado pela Folha Online 03/10/2005

(DANIELA TÓFOLI)
Todos os alunos de 4ª e 8ª séries da rede municipal de ensino vão passar por um "provão" em junho do ano que vem. Eles terão de fazer provas de português, que seguirão os mesmos critérios adotados pelo Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb), aplicado pelo governo federal.

O objetivo, segundo a prefeitura, é saber com exatidão como está a situação dos alunos na leitura, escrita e interpretação de texto.

"Tem criança que termina a 1ª série e não sabe escrever. Que acaba a 4ª e não consegue entender o que lê", diz o secretário da Educação, José Aristodemo Pinotti.

A avaliação será repetida todo ano e poderá ser comparada com resultados anteriores do Saeb. Pelos índices do último exame federal, 29,9% dos alunos da 4ª série do Estado estavam em nível crítico de aprendizado no português.

A secretária-adjunta da Educação, Iara Prado, diz que os resultados do novo exame permitirão que as ações sejam mais direcionadas. "Com a avaliação, saberemos que escolas apresentam problemas e, assim, decidiremos o que é preciso fazer em cada uma." Nenhum aluno, porém, será punido se for mal na avaliação.

Iara ainda não tem idéia de quanto custará a nova prova, mas já sabe que cerca de 190 mil estudantes passarão por ela em 2006. Cada aluno do último Saresp (o sistema de avaliação da rede estadual de ensino) custou cerca de R$ 1,68. O projeto que cria o exame, do vereador José Aníbal (PSDB), foi aprovado pela Câmara e deverá ser sancionado pelo prefeito nas próximas semanas.

A secretaria quer implantar, também em 2006, o projeto "Ler e Escrever" em todas as escolas. Pela proposta, os 13.700 professores que dão aula para 1ª série vão ganhar um auxiliar que trabalhará, principalmente, com as crianças com dificuldade de aprendizado.

"Os alunos têm muita dificuldade com as letras e não podem passar de ano se não tiverem sido bem alfabetizados", afirma o secretário. "Com mais um professor, ninguém chegará na 2ª série sem saber ler e escrever." Os docentes auxiliares precisarão estar cursando o último ano de pedagogia ou do curso normal superior para serem contratados e serão pagos pela prefeitura. Ainda não foi estabelecido o salário.

Outra proposta é a criação de salas especiais para os alunos que forem retidos na 4ª série. "Hoje, cerca de 10% dos estudantes repetem", diz Pinotti. "Mas não adianta colocá-los para fazer de novo a mesma aula. Nessas salas, vamos dar o mesmo conteúdo com novas abordagens."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u17878.shtml

Folha de S.Paulo

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