Publicado pelo Aprendiz 14/10/2005

(Cássia Gisele Ribeiro e Rodrigo Zavala)
A pergunta sobre a proibição ou não do comércio de armas no país têm sofrido duras críticas e confundido eleitores em todo o Brasil. É que, ao responder não no referendo do próximo dia 23, o eleitor estará optando pela liberação do comércio de armas e munição. Ao responder sim para a pergunta "O comércio de armas e munição deve ser proibido no Brasil?", ele votará contra a comércio.

Prova desta confusão é a pesquisa realizada pelo jornal O Estado de S. Paulo. De cada 100 pessoas entrevistadas, 29 confundia a sua opinião entre as respostas sim ou não. O erro acontece porque, ao dizer sim para a proibição, por exemplo, muitas vezes o eleitor acredita que está dizendo sim para o uso de armas, e vice-versa.

Os comitês responsáveis pelo "Não" acreditam que a questão é mais perigosa do que parece, pois induz ao "Sim" como resposta. No site do vice-presidente da Frente Parlamentar pelo Direito à Legítima Defesa, Luiz Antonio Fleury Filho, o deputado afirma que a pergunta não esclarece que se trata do comércio legal de armas, iludindo a população, que acaba optando pelo "sim" como resposta.

Segundo a presidente do Comitê Desarma São Paulo, Beatriz Cruz, a acusação não faz sentido. "De fato, a questão causa confusão, mas para as duas partes. O fato de os eleitores ainda confundirem suas respostas está mais relacionada à falta de informação, e não à tentativa de indução", diz.

A pergunta foi elaborada dessa forma porque o referendo questiona o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento, que diz: "É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei".

"Não há como modificar a pergunta, pois para o referendo ter validade, as pessoas precisam dizer se são contra ou a favor da lei. É assim que funciona um referendo", explica a presidente do Comitê Desarma São Paulo.

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