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Células embrionárias sem uso de embriões?


Publicado pelo site Ciência Hoje Online 19/10/2005

Pesquisadores norte-americanos desenvolveram nova técnica com a qual foi possível reprogramar células adultas e dotá-las de comportamento e características das células-tronco embrionárias, que têm a capacidade de formar qualquer tecido do corpo humano. Caso se mostre viável, o método poderá levar à conversão de células normais em embrionárias sem que para isso sejam usados embriões humanos – o que tem sido motivo de acalorados debates éticos. Mas, apesar do entusiasmo com que esse trabalho foi acolhido pela mídia, ainda será preciso desvendar vários mecanismos por trás dessa reprogramação, antes que esses resultados venham a ser usados em terapias celulares. O artigo está em Science (26/08/05, pp. 1.369-1.373).

Depois da fecundação, o óvulo inicia um programa perfeitamente definido no tempo e no espaço que leva à formação do feto e do jovem organismo. As divisões celulares subseqüentes e a formação de tecidos geram as células diferenciadas (popularmente denominadas adultas). Para manter a ordem funcional do organismo, cada célula é destinada a exercer um conjunto de funções específicas, inerentes ao tecido no qual reside, e não desempenhar as funções alheias.

Ao longo do desenvolvimento, esses programas são cada vez mais restritivos e rigorosos. Os conjuntos de genes que não deverão ser utilizados nessas células são condensados e segregados. Pensou-se que essas restrições eram irreversíveis. Entretanto, a clonagem de animais usando um núcleo de célula adulta introduzido em um óvulo sem núcleo (enucleado) mostrou a possibilidade da reprogramação e anulação dessas restrições, sob influência do citoplasma de óvulo. Na verdade, nada de extraordinário, já que o óvulo reprograma o núcleo do espermatozóide, inativo e extremamente condensado, o qual se abre e se ativa depois da fecundação.

No início do desenvolvimento embrionário, as células se dividem rapidamente e geram uma massa celular primordial. Estando na fase anterior à diferenciação, essa massa pode ser usada para estabelecer as linhagens de 'células-tronco embrionárias' (CTE), que guardam ainda a capacidade de formar todos os tecidos. Anteriores também à programação temporal e à definição da longevidade do organismo, essas células são imortais. Ambas as propriedades são promissoras, pois as CTE podem, teoricamente, gerar uma quantidade ilimitada de tecidos diferenciados, utilizáveis em procedimentos terapêuticos.

As CTE também são perigosas, pois a imortalidade associada com a expressão ilícita de genes é característica de células cancerosas. As células embrionárias geram uma forma agressiva de câncer, os teratocarcinomas, com crescimento ilimitado e diferenciação caótica de fragmentos teciduais em uma massa monstruosa – theratos, em grego, monstro –, contendo uma mistura de pele, vísceras, dentes, cabelos, olhos, ossos etc.

Considera-se tradicionalmente que, em um procedimento de clonagem, as proteínas presentes no citoplasma do óvulo e codificadas pelo seu genoma são necessárias e suficientes para anular e zerar o programa de diferenciação do núcleo da célula adulta. A criação de um novo ser seria, em seguida, executada no processo normal que leva à criação do embrião.

Entretanto, estudo recém-publicado por pesquisadores do Instituto Médico Howard Hughes, da Universidade Harvard, em Cambridge (Estados Unidos), mostra que o processo é mais complexo. Fusionadas, as células adultas e as CTE geraram células híbridas contendo os dois genomas completos, originalmente diferentes em sua função. Duas linhagens celulares estáveis foram assim obtidas. Em ambas, os dois genomas passaram a expressar o perfil de células não diferenciadas, ou seja, embrionárias.

Portanto, o genoma das células embrionárias se mostrou dominante, capaz de impedir ou apagar todos os programas restritivos de diferenciação celular. Trata-se de uma ação competitiva dos genomas e não de uma simples descondensação e ativação do DNA, como ocorre no caso do espermatozóide, já citado. O mecanismo molecular por trás desse processo permanece desconhecido, mas sabemos que

http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/4011

Ciência Hoje Online

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