Troca pode favorecer o ensino do espanhol no país. |
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Publicado pela Folha Online 20/10/2005 |
da Efe, em Salamanca (Espanha)
A troca de dívida externa por investimento na área educativa pode ser um mecanismo para favorecer o ensino do espanhol no Brasil, afirmou hoje o ministro da Educação, Fernando Haddad.
O ministro, que participa da 15ª Cúpula Ibero-Americana, inaugurada hoje na cidade espanhola de Salamanca, expressou seu entusiasmo com a proposta, discutida desde 2004 na comunidade integrada por Espanha, Portugal, Andorra e América Latina.
Haddad disse a jornalistas que o novo mecanismo, pelo qual a dívida externa investida em educação seria perdoada, tem no Brasil uma área "muito concreta": o ensino do espanhol.
Uma lei sancionada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva obrigará as escolas de ensino médio a oferecer aulas de espanhol em um prazo máximo de cinco anos, em cada instituição em que seja identificada a demanda.
Haddad explicou que, segundo os cálculos do governo, o Brasil precisa formar cerca de 12.000 professores de espanhol. O país já negocia com a Espanha a possibilidade de aplicar esse mecanismo de troca de dívida por investimento. Haddad, no entanto, esclareceu que ainda não foi feito um acordo definitivo.
A dívida do governo brasileiro com o Estado espanhol é de US$ 19 milhões, que poderiam ser integralmente usados na troca, afirmou o ministro. O assunto foi discutido hoje na primeira reunião de trabalho dos líderes ibero-americanos.
Haddad disse que "quase todos os presidentes falaram com muito entusiasmo" da questão, e previu que o mecanismo tenha aplicação prática em um breve, embora tenha admitido que "muitas vezes, as coisas no plano internacional ocorrem com lentidão".
No caso de Brasil e Espanha, o ministro disse que existe um interesse mútuo, pois um pretende promover sua língua e o outro decidiu ensiná-la. "Assim como o Brasil tem planos para promover o português nos países sul-americanos, a Espanha tem o interesse de promover sua língua no Brasil", declarou.
Lula chegou hoje a Salamanca, e seu primeiro compromisso foi participar da assinatura de um acordo para reabilitar um palácio, que será sede de uma fundação cultural e do primeiro centro de estudos brasileiros na Espanha.
Nesse ato, o presidente do governo da região espanhola de Castela e Leão, Juan Vicente Herrera, destacou o interesse de seu governo na promoção do espanhol no Brasil.
Herrera ofereceu "toda a capacidade das universidades, da iniciativa privada e institucional" de Castela e Leão para colaborar na formação de professores de espanhol para "milhões de brasileiros que vão se interessar em uma língua que nos une".
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u17923.shtml
Folha Online
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